O teste de fluido oral disponibilizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) por meio de 40 ONGs (Organizações Não Governamentais) distribuídas no e outros 21 Estados, que trabalham com grupos prioritários, ou seja, pessoas que apresentam maior vulnerabilidade à infecção por HIV, será realizado pela primeira vez em Aquidauana, Corumbá e Dourados.

Segundo a presidente da ATMS (Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul) Cris Stefanny, a testagem é oferecida, por meio do Projeto “Novas Tecnologias para Testagem Rápidas do HIV em Mato Grosso do Sul”, para homens que fazem com homens, gays, profissionais do sexo, travestis, transexuais, pessoas que usam drogas, que são privadas de liberdade ou que vivem nas ruas, consideradas pessoas em situação de maior vulnerabilidade. 

A presidente da ATMS explicou que o projeto, considerado piloto, é importante para acompanhar o índice de crescimento de transmissão do HIV. Em Campo Grande, a testagem foi oferecida a 432 pessoas, no entanto, apenas 85 realizaram o exame, entre eles, 15 estavam infectados.

Cris Stefanny ressaltou que o teste do fluido oral é seguro e garante até 99 % de precisão do resultado. Uma das vantagens oferecidas é a que não há necessidade de estrutura laboratorial para realizar o exame. “As pessoas ainda se recusam a fazer o teste, não procuram as unidades de saúde e muitas preferem nem saber se têm a doença. Como esse é um exame rápido e não precisa de agulha, é mais fácil convencer a realizar o teste”, explicou.

Apesar a confiabilidade do exame, quando alguma pessoa apresenta reagente positivo, é encaminhada para o CTA ( de Testagem e Aconselhamento), onde realiza outros procedimentos clínicos e recebe os acompanhamentos e assistências necessários.

De acordo com a psicóloga e coordenadora do projeto no Estado, Cristiane Duarte, a intenção é identificar a doença e conscientizar o paciente. “A ideia é que a pessoa reconheça a condição e se trate. Sabemos de muitos soropositivos que não buscam tratamento”, contou.

As testagens, nos três municípios citados, terão início em outubro, no entanto, a data ainda não foi definida. “Queremos primeiro comunicar as secretarias, instituições que trabalham com essas questões e buscar apoio para que possamos atingir um número maior de pessoas, mas independente disso, faremos nosso trabalho”, enfatizou a presidente da ATMS.