Suspeito de fornecer placa para quadrilha do caso Erlon vendeu 200 placas em cinco anos

A Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (Defurv) prendeu na última sexta-feira (25), dentro do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Luis Fernando Flores Valenzuela, de 27 anos, apontado pela polícia como fornecedor da placa de veículo original à quadrilha que matou o empresário Erlon Peterson Pereira Bernal, de 32 anos, no começo […]

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A Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (Defurv) prendeu na última sexta-feira (25), dentro do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Luis Fernando Flores Valenzuela, de 27 anos, apontado pela polícia como fornecedor da placa de veículo original à quadrilha que matou o empresário Erlon Peterson Pereira Bernal, de 32 anos, no começo deste mês.

O suspeito, que trabalhava na empresa Íons, credenciada pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran), para confecção de placas, confessou o crime e relatou à polícia que vendia as placas originais de modo fraudulento há cerca de cinco anos. Desde então, cerca de 200 placas foram entregues para diversas pessoas em Campo Grande. Entre os principais clientes estão garagistas e despachantes.

De acordo com a delegada Maria de Lourdes Cano, responsável pelas investigações, o suspeito confessou ter fornecido a placa a Thiago Henrique Ribeiro, de 21 anos, apontado como o criminoso que atraiu Erlon para casa no bairro São Jorge da Lagoa e o executou com um tiro na nuca. Luis Fernando contou à polícia que as placas eram vendidas por R$ 120 e que não foi ele que fixou no carro do empresário. Ele teve a prisão preventiva decretada e foi preso no fim da semana passada.

As investigações apontaram que Luis Fernando tinha passe livre na empresa para solicitar a confecção das placas e ao invés das placas seguirem para o processo de regularização do Detran, ele próprio pegava as placas, colocava na mochila e saía da empresa. Posteriormente, ele entregava a quem solicitasse por telefone.

Luis Fernando vai responder pelos crimes de adulteração de sinal identificador de veículo automotor e por formação de organização criminosa armada. As penas para os crimes podem chegar aos dez anos de prisão. Para a imprensa, o suspeito confessou que costumeiramente fazia as placas originais que eram vendidas.

Empresa – Segundo a delegada, o proprietário da empresa Íons, José Ribamar Rodrigues Leite da Costa, também irá responder pelos mesmos crimes, por afirmar no depoimento que não tinha conhecimento do que era feito pelo funcionário e que também não tinha controle de quem pedia as placas. “Há uma conduta que a empresa deve seguir e essa situação demonstra que não foi cumprida. Ele praticou os mesmos crimes, uma vez que cabia a ele fiscalizar os funcionários e a empresa”, diz.

Detran – O gerente da agência regional de Campo Grande, Roberto Augusto Roque dos Santos, afirmou que ficou esclarecido que o Detran não teve nenhuma participação no caso. Ele explica que para o procedimento de solicitação de placa é necessário o veículo passar por uma vistoria no Detran, o que não aconteceu no caso. “A empresa foi suspensa preventivamente e, caso seja comprovado o envolvimento dela no esquema, será feito o descredenciamento”, afirma.

Investigação – Com a prisão de Luis Fernando e o esclarecimento de como uma placa original foi parar no carro, a Defurv encerrou o Caso Erlon. O veículo recuperado será devolvido aos familiares do empresário. Porém, e polícia agora vai investigar a possibilidade de outra empresa credenciada pelo Detran também fornecer placas originais para veículos que não passaram pelo Detran. “Outras pessoas serão investigadas, mas será um procedimento desvinculado ao caso do Erlon”, diz.

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