Suíços rejeitam maior salário mínimo do mundo
Os suíços rejeitaram neste domingo em um referendo a instauração no país de um salário mínimo único equivalente a 3.300 euros (4.500 dólares), que teria sido o maior do mundo, assim como a compra de 22 aviões de combate suecos. Segundo os resultados oficiais, 76,3% dos eleitores rejeitaram a instauração do salário mínimo de 22 […]
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Os suíços rejeitaram neste domingo em um referendo a instauração no país de um salário mínimo único equivalente a 3.300 euros (4.500 dólares), que teria sido o maior do mundo, assim como a compra de 22 aviões de combate suecos.
Segundo os resultados oficiais, 76,3% dos eleitores rejeitaram a instauração do salário mínimo de 22 francos suíços por hora (18 euros, 25 dólares), ou seja 4.000 francos suíços brutos (3.300 euros, 4.500 dólares, pouco mais de 10.000 reais) por 42 horas semanais.
À direita, o setor agrícola, o Parlamento e o governo eram contrários à medida, alegando que representaria uma ameaça para o emprego e que já existem salários mínimos em alguns setores.
Este salário mínimo de 18 euros por hora seria o mais elevado do planeta, muito superior aos 9,43 euros na França, 8,50 euros na Alemanha a partir de 2015 e 5,05 euros na Espanha.
Grande parte da população temia que o salário mínimo provocasse um aumento do desemprego, um fenômeno quase inexistente na Suíça (taxa de 3,2% em abril).
Rejeição à compra dos caças Gripen Após um longo suspense sobre a compra de 22 aviões de combate suecos Gripen, os suíços rejeitaram neste domingo o projeto bilionário defendido pelo ministro da Defensa, Ueli Maurer.
A compra dos 22 caças Gripen por 3,126 bilhões de francos suíços (2,5 bilhões de euros, 3,5 bilhões de dólares) foi rejeitada por 53,4% dos eleitores, segundo os resultados oficiais do referendo.
Os partidos de esquerda e os Verdes defendiam o “não” ao Gripen.
O governo suíço e o Parlamento decidiram pela compra de 22 caças Gripen porque consideram que parte dos aviões de combate das Forças Armadas do país estão “obsoletos”.
Mas os críticos do projeto afirmaram que a conta seria muito elevada, que a Suíça está cercada de países amigos e que o modelo de avião, que atualmente existe apenas no papel, não oferece as melhores características.
“Se a lei não entrar em vigor, será impossível comprar os aviões”, advertiu o governo. O ministro da Defessa, Ueli Maurer, repetiu em várias ocasiões que “não existe plano B”.
Por fim, como era esperado, 63,5% dos eleitores, votaram a favor da proibição pelo resto da vida para qualquer pessoa condenada por abusos sexuais contra uma criança ou uma pessoa dependente de exercer uma atividade profissional ou voluntária em contato com estes grupos.
Deste modo, a Suíça terá uma lei mais rígida que os países vizinhos, já que a justiça não poderá levar em consideração a gravidade dos atos e terá que aplicar automaticamente a proibição do trabalho.
Mas a ministra da Justiça, Simonetta Sommaruga, disse que a votação coloca a Suíça diante de um “dilema”, pois é impossível aplicar o que foi votado “sem violar a Constituição”.
O sistema de democracia direta na Suíça permite organizar referendos sobre um determinado texto sempre e desde que seus partidários tenham obtido o número de assinaturas previsto pela Constituição. Para um referendo de nível federal são necessárias 100.000 assinaturas.
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