Sindicato internacional de jogadores quer liberar maconha no futebol
O sindicato internacional de jogadores de futebol tenta há anos que a maconha deixe de ser considerada doping. Agora que a erva tem sido liberada em várias partes do mundo, os jogadores acreditam que a proibição esteja com os dias contados. “Quando você vê que outras sociedades não penalizam o uso dessa substância sem nenhum […]
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O sindicato internacional de jogadores de futebol tenta há anos que a maconha deixe de ser considerada doping. Agora que a erva tem sido liberada em várias partes do mundo, os jogadores acreditam que a proibição esteja com os dias contados.
“Quando você vê que outras sociedades não penalizam o uso dessa substância sem nenhum efeito ruim no padrão de vida dessas sociedades, é sábio reconsiderar [a proibição]”, afirmou o advogado holandês Wil van Megen, diretor do departamento legal do sindicato, que atende pela sigla FIFPro.
O principal argumento é que a maconha não deveria ser considerada doping porque ela não melhora a performance esportiva do atleta.
Apesar de não incentivarem o uso de maconha ou outras drogas recreativas por esportistas, os sindicalistas defendem que é contraproducente combater uma substância que faz parte da vida de muitos jovens.
“Em muitas sociedades”, continua van Megen, “ela [a maconha] é usada por gente jovem e jogadores de futebol pertencem a essa parte da sociedade. Os regulamentos antidoping estão aí para um esporte justo e não para [fazer] julgamentos morais.”
O sindicato, com sede na Holanda e fundado em 1965, diz congregar a voz de mais de 65 mil jogadores de futebol espalhados pelo mundo.
E foi da Holanda, um dos países mais liberais no que se refere ao consumo de drogas, que eles receberam um importante apoio institucional quando a autoridade antidoping nacional escreveu também pela liberação da erva.
A campanha ganhou força em 2009 quando um jogador georgiano tomou um gancho de dois anos por ter sido pego com maconha no sangue.
A entidade calcula (baseada em relatórios de dopagem da Uefa) que mais da metade dos casos de doping são relacionados ao THC, substância presente na Cannabis sativa, o que foi descrito por van Megen como uma “inundação no sistema”.
“Uma revisão poderia colocar o uso de Cannabis em outra perspectiva e pode, certamente, removê-la da lista da Wada.”
Por sua vez, a Wada (agência mundial antidoping) já começou a afrouxar o cerco à erva.
150 nanogramas
No meio do ano passado, a agência aumentou o limite tolerável de THC para 150 nanogramas (um nanograma é um bilionésimo de grama, ou seja 0,000000001g) por mililitro de sangue, o que na prática impede que um atleta fume maconha no dia da competição, mas não antes dela.
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