Em entrevista coletiva na manhã deste sábado (12), o senador Delcídio do Amaral (PT) voltou a falar da citação do nome dele em reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo, sobre a compra de turbinas da empresa Alston pela Petrobras para uso em uma usina termoelétrica.

Foram levantados questionamentos sobre o processo de compra, realizado para atender a UTE Nova Piratininga em caráter emergencial, apesar de ressalvas do setor jurídico da Petrobras. Segundo Delcídio, no entanto, a vinculação do nome dele ao processo tem conotação política.

Uma das ‘teorias’ seria de que as denúncias estariam partindo de setores do próprio PT para enfraquecer o nome da presidente Dilma Rousseff (PT) à reeleição, e favorecer eventual volta do ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva (PT), com candidato do partido à Presidência.

“Não sei a origem. Não sei de onde está partindo. Há muitas hipóteses, mas a única certeza é de que a motivação é política”, disse o senador, questionado sobre a possibilidade de ser vítima de fogo amigo.

Com relação às suspeitas, ele repetiu que as compras não têm irregularidade e que não causaram prejuízo algum aos cofres públicos. Delcídio explicou que as turbinas são equipamentos comprados em série, e que estão funcionando perfeitamente desde que foram instaladas, gerando energia conforme o projeto inicial.

As ressalvas da área jurídica da Petrobras, segundo o senador, eram alertas para detalhes do contrato, como o fato de que, caso as turbinas quebrassem, a Alston não pagaria por outra, mas apenas 15% do valor.

“As turbinas da UTE Nova Piratininga, concebida numa sociedade entre a Petrobras, o governo do Estado de São Paulo, através da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) e a Petros, prevista no PPT, foram adquiridas em conformidade com todas as regras de segurança e garantias previstas em qualquer contrato de compra desse tipo de equipamento”, afirmou.

Rede Globo

Sobre a matéria do Jornal Nacional, veiculada na última quinta-feira (10), Delcídio do Amaral afirmou que já tem uma reunião agendada com a diretoria da Rede Globo, para avaliar formas de deixar claro que não houve irregularidades. “Falaram do parecer jurídico, editaram alguns trechos e não explicaram”, reclama.

Ele não informou se tomou medidas judiciais contra a Rede Globo, mas lembrou que a empresa sequer deu sequência à divulgação do material. “Veicularam no Jornal Nacional mas depois nem derem repercussão. Não reproduziram nem nos outros jornais da Globo”, disse.

Delcídio explicou que as compras da Alston foram feitas em caráter emergencial no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para combater o risco de apagão energético e o racionamento de energias dos anos 90. “Estão gerando energia desde então sem problemas. Foi necessário para controlar os problemas no setor energéticos, para garantir o desenvolvimento e até para grandes eventos como a Copa do Mundo”, concluiu.