A prefeitura de São Paulo bateu o martelo: não contribuirá com um centavo para as estruturas complementares necessárias para o Itaquerão receber a abertura da Copa. Resultado: o Corinthians terá de viabi

O município e o clube têm protagonizado uma queda de braço por conta das instalações provisórias desde o ano passado. Por contrato, a obrigação de pagar por elas é do time de Parque São Jorge. Mas havia negociação com a prefeitura para assumir parte dos custos.

“A prefeitura não tem responsabilidade jurídica (pelas estruturas complementares). Não pode assumir a obrigação de terceiros. Não haveria nem cobertura jurídica neste sentido. Teria até que haver uma alteração legislativa e não há mais tempo”, explicou a vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão, ao blog. Antes, ela falava em parceria com o clube, mas só cederá instalações públicas.

Ao rechaçar fazer qualquer licitação para as estruturas, ela ainda lembrou que o município já entrará com R$ 420 milhões em CIDs (Certificado de Incentivo ao Desenvolvimento) para a construção do estádio. Afirmou que esse dinheiro pode ser utilizado para as instalações provisórias. Essa decisão ocorreu após longas e difíceis negociações com o Corinthians.

Questionado, por meio de sua assessoria, Andrés Sanchez, responsável corintiano pela obra, reconheceu que caberá ao clube encontrar uma solução para o problema.

“Os valores das estruturas complementares estão em torno de R$ 50 a 60 milhões de reais, e está sendo discutida a melhor solução para arcar com esses custos. O Corinthians está buscando soluções e conversando com parceiros”, afirmou o dirigente, por e.mail.

Assim, pelo menos por enquanto, desenha-se uma solução diferente da encontrada no Beira-Rio, onde o governo do Estado e a prefeitura assumiram os custos das estruturas complementares no lugar do Internacional.

Pessoas envolvidas na negociação em São Paulo explicam que isso ocorre por conta de uma diferença nos contratos. Em Porto Alegre, embora a responsabilidade fosse do Inter, foi firmado um outro compromisso que envolvia governo do Estado e prefeitura. No caso do Itaquerão, o Corinthians assinou o contrato de estádio sozinho, sem adendo ou garantias dadas pelo município.

E, nos bastidores da prefeitura, há uma certeza de que o clube terá de cumprir a obrigação. Até porque, sem a realização da abertura da Copa, o Corinthians perde o direito aos CIDs e ao empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

É mais uma conta para o clube que já tem R$ 600 milhões em pagamentos a serem feitos pelo Itaquerão, entre empréstimos privados e públicos.