Sem comícios e mais limitações, deputados reclamam de dificuldade em se popularizar

As limitações da legislação eleitoral têm dificultado a popularização de candidatos, mesmo aqueles que já detêm mandato. Sem os comícios, para pedir voto os candidatos estão tendo de se esforçar mais, inclusive, fisicamente. “Não estou vendo eleitor o que dirá comício. Ninguém tem dinheiro em circulação e ninguém está cumprindo compromissos”, afirmou o deputado estadual […]

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As limitações da legislação eleitoral têm dificultado a popularização de candidatos, mesmo aqueles que já detêm mandato. Sem os comícios, para pedir voto os candidatos estão tendo de se esforçar mais, inclusive, fisicamente.

“Não estou vendo eleitor o que dirá comício. Ninguém tem dinheiro em circulação e ninguém está cumprindo compromissos”, afirmou o deputado estadual Zé Teixeira (DEM). Da região de Dourados, o democrata reclamou que a maioria não sabe em quem vai votar para deputado estadual.

Para Eduardo Rocha (PMDB) ninguém mais vai a comício. “Antes, quando tinha o showmício, as pessoas iam para ver o show, mas acabavam vendo os candidatos”, disse o peemedebista. Na avaliação do parlamentar, hoje os candidatos substituíram os comícios por reuniões em casa.

O tucano Márcio Monteiro afirma que o comício faz falta na campanha, mas como a regra é igual para todos, então os postulantes têm de procurar outra alternativa. “Exige mais esforço físico dos candidatos para falar para o maior número de pessoas possível. O eleitor perde porque tem de ouvir o maior número de candidatos para se decidir, no palanque já tinha uns três ou quatro candidatos”, avaliou.

O petista Pedro Kemp também ressaltou a dificuldade do candidato chegar ao eleitor. “Os candidatos têm dificuldade de reunir o eleitor. Eles estão mais apáticos. Isto só reforça a ideia da reforma política”, afirmou. Além disso, o deputado diz que as redes sociais vão substituir as ações tradicionais de campanha porque não têm gastos.

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Jerson Domingos (PMDB), disse que a população hoje está mais voltada para os programas eleitorais gratuitos na televisão por causa da falta de comícios e a redução da participação em reuniões.

Um dos reflexos das limitações nas campanhas pode ser o alto índice de eleitor indeciso. Na última pesquisa do DATAmax para o cargo de senador, divulgada no dia 1º de setembro, o número indecisos somou 23%. O levantamento foi feito com 1.500 eleitores em 37 municípios do Estado entre os dias 25 e 28 de agosto

Para governador, 13,8% não sabiam em quem votar e outros 6,3% não votariam em nenhum dos candidatos apresentados. A pesquisa ouviu 480 pessoas em Campo Grande entre os dias 25 e 28 de agosto.

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