Pouco mais de um mês após pendurar as chuteiras e assumir como técnico do Milan, da Itália, Clarence Seedorf deu declarações curiosas em entrevista à Gazzetta dello Sport na última terça-feira. Além de criticar as análises táticas dos jornais esportivos, o comandante rossonero assumiu que era o que mais cobrava os companheiros enquanto foi jogador do Botafogo.

“No Brasil, eu era feliz, estava muito bem, era reconhecido pelo profissionalismo que muitos colegas não têm”, alfineta Seedorf. “No Botafogo, por exemplo, eu era aquele que enchia o saco dos outros. Costumava aconselhar os jogadores a fazer isso e aquilo, algumas vezes eles ouviam e as coisas aconteciam, outras vezes não davam bola”, revela.

Se os conselhos do holandês não eram seguidos por alguns jogadores do Botafogo, agora é o elenco do Milan que precisa mostrar interesse nas opiniões do treinador. Seedorf inclusive deu uma dessas opiniões na entrevista, criticando o modo como os jornalistas enxergam as táticas ofensivas e revela não querer grandes inovações na formação do ataque.

“Vocês jornalistas são tão apaixonados por táticas e sistemas, falam disso por horas. Mas você sabe qual é a verdade? No futebol moderno há apenas sistemas para o jogo defensivo. No ataque há fluidez total, seis jogadores que movem e trocam de posição com frequência sem que haja um ponto de referência. Por isso, perguntas sobre o estilo de jogo me irritam”, dispara o treinador milanista. “Durante a minha carreira, eu gastei no máximo 500 euros com jornais. Gosto de fazer minha autoavaliação, mas não gosto de ser influenciado por outros que só te criticam sem entender nada”, critica, irritado.

Á frente do time rossonero, Seedorf busca a terceira vitória seguida no Campeonato Italiano a partir das 16h45 (de Brasília) deste domingo. A partida vale pela 26ª rodada e será realizada no estádio Giuseppe Meazza.