São Paulo atrasa pagamentos de atletas, demite empregados e corta salários
O São Paulo vive uma crise financeira que levou o clube a atrasar pagamentos a seus jogadores, demitir uma parte de seus funcionários e diminuir salários. A “política de austeridade”, como foi batizado enxugamento de gastos, foi anunciada e posta em prática desde os primeiros dias da gestão do presidente Carlos Miguel Aidar. Ela é […]
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O São Paulo vive uma crise financeira que levou o clube a atrasar pagamentos a seus jogadores, demitir uma parte de seus funcionários e diminuir salários. A “política de austeridade”, como foi batizado enxugamento de gastos, foi anunciada e posta em prática desde os primeiros dias da gestão do presidente Carlos Miguel Aidar.
Ela é sentida em todos os departamentos do clube – a ideia é cortar 20% dos gastos de cada setor. O UOL Esporte apurou que a diretoria atrasou o repasse de direitos de imagem de vários jogadores do elenco. Boa parte do time está com três meses atrasados. Alguns atletas receberam um pagamento na última sexta-feira, mas ainda estão com dois meses não quitados.
Os direitos de imagem são uma forma de pagamento que os clubes brasileiros encontraram para remunerar seus funcionários e driblar os encargos trabalhistas implicados nos salários em carteira.
O clube nega que esteja em débito com os atletas, mas informa que alguns vencimentos não foram cumpridos rigorosamente em virtude de processos burocráticos, como demora na entrega de notas das empresas. Os direitos de imagem têm de ser pagos, necessariamente, a firmas abertas pelos jogadores.
“O direito de imagem não está atrasado. O que acontece é que em algumas receitas, existe um desencaixe na entrada, isso dá uma diferença”, disse o diretor financeiro do São Paulo, Osvaldo Vieira.
“Tem o de agosto, que a gente está acertando, mas eu não considero isso atraso. Tem uns que vencem dia dez, outro dia 20, dia 30. Os jogadores precisam mandar nota fiscal, alguns demoram. As notas estão chegando, a gente vai pagando. Nós perdemos patrocínio, não é simples, são R$ 2 milhões por mês, não é pouco. Ainda não entrou o dinheiro da venda do Douglas… Em dois três dias aí espero que esteja tudo arrumado”, acrescentou o diretor.
Existem algumas causas para a piora da saúde financeira do clube. A ausência de um patrocínio master (o contrato com a Semp Toshiba foi encerrado antes da data prevista) e os gastos da gestão anterior, comandada por Juvenal Juvêncio, são os argumentos que os atletas têm ouvido da diretoria quando questionam sobre os atrasos. Além disso, o São Paulo contava com a negociação de Rodrigo Caio para o exterior. O volante se contundiu, frustrando planos de venda.
Uma consultoria externa foi contratada para analisar as receitas e as despesas do clube. Os cartolas são-paulinos esperam recuperar o fôlego financeiro a partir desse aconselhamento. Uma política mais agressiva de venda de atletas também é vista com bons olhos para aumentar as receitas da agremiação.
Entenda os direitos de imagem
Os direitos de imagem são uma prática comum adotada pelos clubes nacionais para minimizar os encargos trabalhistas. Nos contratos dos atletas fica estabelecido que uma parte do salário é colocado em carteira, como manda a CLT, e outra é repassada à empresa aberta pelo jogador. Esse dinheiro depositado à empresa é pago por “serviços de direitos de imagem”, que não implicam em férias, 13º, e outras obrigações trabalhistas.
Os valores na carteira, os salários em si, estão sendo cumpridos em dia pelo São Paulo. De acordo com a diretoria, o pagamento sem atrasos de salários é uma questão “religiosa”.
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