Santa Casa rompe com Centro de Oncologia e presidente diz que mortes influenciaram

A Santa Casa de Campo Grande rompeu o contrato com o Centro de Oncologia e Hematologia de Mato Grosso do Sul e assumirá os tratamentos de quimioterapia. O contrato estava em vigor desde 2001. A empresa tem como um dos sócios Adalberto Siufi, que foi presidente do Hospital do Câncer e foi afastado do cargo […]

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A Santa Casa de Campo Grande rompeu o contrato com o Centro de Oncologia e Hematologia de Mato Grosso do Sul e assumirá os tratamentos de quimioterapia. O contrato estava em vigor desde 2001. A empresa tem como um dos sócios Adalberto Siufi, que foi presidente do Hospital do Câncer e foi afastado do cargo por desvio de recursos públicos e irregularidades.

O presidente do Hospital, Wilson Teslenco, afirmou que as mortes de pacientes que realizaram tratamento de quimioterapia influenciaram na decisão.“Não tem relação direta, mas com o comportamento deles em relação às mortes. A informação chegou a nós através de terceiros e não deles”, frisou.

O presidente da Santa Casa também atribuiu o rompimento às investigações das mortes, que está sendo feita por fiscais da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) . “Rompemos para garantir a segurança dos pacientes da Santa Casa”, completou.

Investigação

Fiscais da Anvisa  devem entregar à Santa Casa relatório preliminar com a análise dos prontuários de pacientes da oncologia do hospital na sexta-feira (25). A Vigilância Sanitária do Estado deve dar continuidade no procedimento investigatório.

Funcionários da empresa e familiares dos pacientes que morreram após o tratamento estão sendo ouvidos. Para ajudar na investigação, a Anvisa tem analisado protocolos registrados no hospital a partir de 2012. As apurações devem ser finalizadas em 30 dias.

A princípio foi levantada a hipótese de que o medicamento usado na quimioterapia, o 5-FU (Fruoro-Uracil), poderia ter causado reações nos pacientes, mas como não houve registros de mortes ocasionadas pela medicação em outros hospitais do país, a possibilidade pode ser descartada.

O caso

A Santa Casa criou comissão na sexta-feira (18) para investigar as mortes das pacientes Maria Glória Guimarães, 61 anos, Carmem Insfran Bernard, 42 anos, e Norotilde Araújo Greco, de 72, que foram submetidas a sessões de quimioterapia à base de Leucovorin – ácido folínico – e ácido solínico entre 24 e 28 de junho.

Após alguns dias, as três, em dias alternados, voltaram ao hospital com reações anormais ou exageradas aos medicamentos, segundo informou a direção da Santa Casa. Os quadros pioraram até a morte das três.

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