Jorge Sampaoli segue o ditado bíblico de que ninguém é profeta em sua terra. Teve que ir para o Peru, onde passou cinco anos, para ter sua primeira oportunidade com técnico de um time de primeira divisão. Daí atravessou a fronteira em 2008 para ficar um pouco mais próximo do seu país. Com três torneios chilenos e uma Copa Sul-Americana nas costas, decidiu criar raízes e hoje é um dos técnicos-surpresa da Copa do Mundo do Brasil.

Olhando bem, Sampaoli é, na aparência, um pouco Bruce Willis, um pouco Larri Passos. De Willis tem a vitalidade de John McClane em Duro de Matar. Não se entrega ao lado do campo enquanto comanda seus jogadores. Pula, se agita, grita, comemora, sofre. Como se estivesse num filme de ação.

E também é um pouco Larri Passos. E não só na aparência. Fala rápido, sabe onde quer chegar e parece um técnico detalhista ao extremo, assim como é o treinador que fez de Gustavo Kuerten tricampeão de Roland Garros e tenista número um do mundo.

Mas, como diria Chico Anysio, o salário ó…

De acordo com a imprensa chilena, o técnico argentino que recebe cerca de R$ 400 mil por mês (salário considerado médio para os padrões brasileiros, por exemplo). Mas isso vai mudar. Sampaoli deve ganhar 20% de aumento já com sua equipe classificada para as oitavas de final da Copa de 2014. Se chegar além disso, pode chegar no patamar de técnico de elite e passar a ganhar R$ 900 mil mensais.

Mas por enquanto Sampaoli tem os pés no chão. Não se arrisca como Willis e nem se precipita na tática de sua equipe. Não sonha com a conquista do título, prefere ir jogo a jogo. Mas também não quer dar passo atrás. Não voltaria ao Peru por nada. “Um abraço a todos de lá e meus respeitos”, negando um retorno. Sampaoli sabe que agora é hora de andar para frente.