Doadores de sangue que deixaram de comparecer no Hemocentro do Rio Grande do Sul, prejuízo de R$ 110 milhões no comércio por falta de consumidores e atendimento reduzido em unidades de saúde municipais são alguns dos efeitos da greve dos rodoviários em Porto Alegre. A paralisação chegou ao seu 16º dia nesta terça-feira, e pela primeira vez em muito tempo os ônibus voltaram a circular – enquanto a categoria não decide se aceita a proposta das empresas -, mas os prejuízos se acumulam no comércio, educação e saúde da capital gaúcha.

No Hemocentro, que já enfrenta escassez de doadores durante as férias de verão, houve redução de 50% no volume de sangue coletado. O horário de atendimento foi reduzido, e a diretoria apela para a sensibilidade da população – que enfrenta, por sua vez, a escassez de alternativas de transporte. Nas 150 unidades de saúde de Porto Alegre, faltam empregados, que também promoveram paralisação, e aumentou o número de faltosos. Já o comércio contabiliza prejuízo de R$ 110 milhões porque 50% dos clientes das lojas de rua e 30% dos compradores de shoppings deixaram de aparecer nas semanas em que a população ficou refém de poucas alternativas de transporte.