Condenado no julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) se entregou à Polícia Federal nesta segunda-feira (24).

A polícia recebeu o mandado de prisão e logo ele se apresentou aos policiais que aguardavam em frente da sua casa na cidade de Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro.

O ex-deputado começará a cumprir a sua pena de 7 anos e 14 dias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, inicialmente no regime semiaberto em algum presídio fluminense.

Por conta dos seus problemas de saúde, decorrentes de um câncer de pâncreas, a defesa de Jefferson havia pedido que ele ficasse cumprindo a pena em prisão domiciliar.

No entanto, na sexta, Barbosa negou o pedido por entender que o sistema penitenciário tem como oferecer condições para ele seguir o tratamento.

O ex-deputado deverá cumprir a pena no regime semiaberto. Pela lei, penas de 4 a 8 anos são cumpridas no semiaberto, em que o preso pode, mediante autorização judicial, sair durante o dia para trabalhar.

“Acostumado a sofrer”

Mais cedo, ele havia usado a sua conta no microblog Twitter para dizer que a prisão é “o meu destino”, acrescentando que, por ser botafoguense, está “acostumado a sofrer”, além de entender que “Deus só dá carga para quem pode carregar”.

“Estou em paz, a prisão é o meu destino e vou cumprir. Sou botafoguense, estou acostumado a sofrer”, escreveu. “Deus só dá carga para quem pode carregar. Sou ‘harleiro’ [referência a quem gosta das motos Harley Davidson] e botafoguense, estou acostumado a sofrer.”

Neste domingo, o ex-deputado saiu às 8 horas de casa para passear de moto e quando voltou, por volta das 11h30, disse que estava “apenas curtindo os últimos momentos de sua liberdade”.

A ordem de prisão foi dada pelo presidente do STF e relator do caso, ministro Joaquim Barbosa, na sexta-feira (21), mas o mandado de prisão só foi enviado para a Polícia Federal nesta segunda. Enquanto isso, Jefferson aguardava em sua casa.