A estrutura de aço da passarela que desabou nesta terça-feira (28) na Linha Amarela, no Rio de Janeiro, é resistente e pode ser reaproveitada no mesmo local, de acordo com avaliação do engenheiro civil Antônio Eulálio Pedrosa Araújo, conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea). Quatro pessoas morreram depois que um caminhão passou pela passarela com a caçamba erguida.

Araújo esteve no local do acidente nesta terça e analisou a situação. “Foi uma fatalidade.” Especialista em pontes e estruturas, ele descarta a hipótese levantada por moradores de que um acidente ocorrido em 2001 tenha prejudicado a passarela.

O engenheiro atribui a queda da passarela ao impacto do caminhão que transitava com a caçamba levantada. Segundo ele, apesar de ter uma estrutura resistente, a passarela não foi projetada para suportar uma “pancada” tão forte. Araújo calcula que o impacto teve uma força superior a 100 toneladas.

A passarela pesava 94 toneladas, de acordo com informação da Prefeitura do Rio. A estrutura metálica tinha 70 metros de extensão, com lajes de concreto no piso e no teto, além de pilares. Para facilitar a remoção, ela foi cortada.

Situada entre os acessos 4 e 5 da Linha Amarela, ela ligava duas comunidades do bairro de Pilares, na zona norte do Rio.

A Prefeitura do Rio e a Lamsa, concessionária responsável pela administração da Linha Amarela, ainda não decidiram se a estrutura será reaproveitada.

Para o engenheiro Araújo, é preciso implantar dispositivos nos caminhões para dificultar o acionamento de caçambas e para alertar o motorista em caso de uma movimentação indevida.

Mortes

Os quatro mortos são os motoristas de um táxi e de um Palio prata (atingidos pela estrutura) e dois pedestres que atravessavam a passarela no momento da colisão.

As vítimas foram identificadas pelos bombeiros como Célia Maria, 64; Adriano P. Oliveira, 26; Renato P. Soares, 62; e Alexandre G. Almeida. O pai de uma das vítimas estava na janela de casa no momento do acidente e viu o filho morrer.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), afirmou em entrevista à “Globonews” que o caminhão não deveria estar circulando pela via no horário do acidente. A Lamsa informou de que o caminhão que causou o acidente ficou apenas dois minutos na via antes de se chocar com a passarela.