Produtores rurais de diversas cidades de Mato Grosso do Sul e até de Santa Catarina protestaram na tarde desta sexta-feira (7), na Praça do Rádio, contra o processo de de terra. O manifesto, organizado por Filho, acabou com a invasão de manifestantes do curso de ciências sociais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Enquanto os produtores rurais alegavam viver em cárcere privado devido ao medo de invasões, os manifestantes diziam que ‘em lugar que índio morre, o boi come”.

Com os gritos dos estudantes, os produtores se irritaram e começaram a chamar os acadêmicos de vagabundos e disseram que eles deveriam parar de fazer o que estavam fazendo e estudarem.

Em meio à discussão dos grupos, o indígena Abraão subiu ao palanque e disse que os estudantes “não tinham qualidade para representar os índios”. Ele criticou a Funai (Fundação Nacional do Índio) afirmando que a mesma é conivente com as invasões.

Ele ainda afirmou que as terras indígenas deveriam ficar em nome dos índios e não da União, pois segundo ele, eles têm muito mais condições de cuidar da terra.

A opinião é compartilhada pela produtora rural e professora de filosofia Ana Nogueira, 28 anos. Segundo ela, os produtores querem dar fim ao conflito, mas esperam que as indenizações sejam pagas. Ela afirma que a terra deveria ficar em nome do índio, porque essa história de que pertence a União é uma forma de não querem pagar os produtores pela propriedade.

“A União não quer indenizar. Quer ganhar tempo. Não há vontade política para resolver o conflito. O PT incita para que haja invasões e quer que saia de graça”, critica.

Em relação à bancada ruralista, Ana Nogueira também afirma que os parlamentares não fazem nada. “A bancada é uma farsa. Eles não têm coragem de decidir de que lado estão”, alfinetou.