Mulheres de internos estão proibidas de entrarem com alimentos durante visitas neste sábado (15) e domingo (16), na Penitenciária Máxima de Campo Grande. Na última terça-feira (11), dia em que as esposas e familiares dos detentos podem levar roupas também teriam sido proibidas de entrar com os pertences.

Aproximadamente 12 esposas e familiares conversaram com a reportagem na tarde desta sexta, em frente à Máxima. Elas estavam no local, pois a visita é marcada na sexta-feira. “Eles estão lá dentro com fome, disseram que não vai poder trazer mais nada”, disse a trabalhadora de serviços gerais de 43 anos, que tem um filho que é interno.

Todas as familiares preferem não se identificar. “Tem um senhor ae que está com sonda, estava até criando bicho”, conta.

“É um descaso o que estão fazendo, estão no meio de lixo, a comida que servem ai é azeda e muitas vezes com bicho” diz uma servente de 26 anos, esposa de um interno.

“É a única que vez que podemos fazer a visita, e ainda acontece isso”, diz uma esposa de interno de 25 anos.

Uma das mulheres, entrou em contato com um número da portaria da penitenciária na presença da reportagem. A funcionária da Máxima disse que os presos não estão saindo das celas nem para receber advogados. A funcionária também relatou que eles estariam de “greve”.

Ou seja, não estão fazendo a limpeza e nem estariam recebendo seus respectivos advogados. “A gente não sabe por que eles estão fazendo isso”, disse durante a ligação.

A reportagem entrou em contato com a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen). No primeiro atendimento, a Agepen discordou que o alimento do presídio esteja sendo servido estragado ou com insetos.

Ainda segundo a Agepen, a comida é feita por presos que recebem para trabalhar. A respeito do fato de não poder entrar com o alimento, a assessoria da Agepen pediu que retornasse posteriormente a ligação para obter a informações. A reportagem entrou em contato novamente, na noite desta sexta e não obteve retorno. Protesto

Protesto

Na tarde da última segunda-feira (10), mulheres, irmãs, filhas e mães de detentos se reuniram na Praça da República, em um protesto por melhores condições de saúde, higiene e para cobrar ações contra superlotação das celas dos presídios de Campo Grande. Elas percorreram ruas do Centro em forma de manisto até a frente do Fórum da Capital.