Procurador-geral diz que há ‘forte indício de propina’ paga pela Siemens

Em um parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que há “fortes indícios de existência do esquema de pagamento de propina pela multinacional alemã Siemens a agentes públicos vinculados ao Metrô de São Paulo”. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a afirmação consta de documento enviado em […]

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Em um parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que há “fortes indícios de existência do esquema de pagamento de propina pela multinacional alemã Siemens a agentes públicos vinculados ao Metrô de São Paulo”. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a afirmação consta de documento enviado em 7 de janeiro ao ministro Marco Aurélio Mello, relator do inquérito 3815, que apura ação de cartel no setor de trens e metrô em São Paulo nos governos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB.

No documento, Janot pede a Marco Aurélio que envie à Procuradoria-Geral o depoimento do ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer, único elemento que justifica a manutenção do caso no Supremo por citar envolvimento de quatro deputados federais, que têm foro privilegiado, com o cartel.

Em delação premiada, o ex-diretor da empresa alemã acusa de receberem propina os hoje secretários estaduais e deputados federais licenciados Edson Aparecido (PSDB), José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM), assim como o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP).

O parecer do procurador-geral da República sobre a continuidade da investigação no Supremo ainda não foi dado. Para fundamentar a afirmação de que “há fortes indícios de corrupção”, Janot usa três dos depoimentos colhidos pela Polícia Federal, incluindo o do ex-diretor da CPTM Benedito Dantas Chiaradia, que disse ter ouvido de pessoas do setor metroferroviário relatos de pagamento de propina a agentes públicos.

Como o ministro Marco Aurélio sempre decide pelo desmembramento dos casos com detentores de foro privilegiado, apenas os quatro citados com foro devem continuar a ser investigados em Brasília. A investigação contra os outros citados voltaria a ser feita por São Paulo.

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