Primeiro-ministro do Japão envia oferenda a santuário; irrita China e Coreia do Sul
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, enviou uma oferenda ritual ao santuário Yasukuni, visto por críticos como um símbolo do militarismo passado do Japão, enfurecendo a China e a Coreia do Sul nesta segunda-feira e aumentando as tensões nos laços regionais. Para aumentar o desassossego na região, no sábado um tribunal marítimo chinês apreendeu um navio […]
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O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, enviou uma oferenda ritual ao santuário Yasukuni, visto por críticos como um símbolo do militarismo passado do Japão, enfurecendo a China e a Coreia do Sul nesta segunda-feira e aumentando as tensões nos laços regionais.
Para aumentar o desassossego na região, no sábado um tribunal marítimo chinês apreendeu um navio de propriedade da empresa de transporte japonesa Mitsui O.S.K. Lines, gesto que o Japão alertou poder ter um impacto adverso em seus negócios na China.
O tribunal disse que a empresa não pagou uma compensação derivada de uma obrigação contratual dos tempos de guerra. O Ministério das Relações Exteriores chinês disse que o desentendimento é uma disputa comercial normal.
O Japão afirmou que a apreensão do barco, aparentemente a primeira vez em que bens de uma empresa japonesa foram tomados em uma ação relativa a compensações da Segunda Guerra Mundial, foi “extremamente lamentável”.
“É inevitável que isso tenha um impacto adverso em empresas japonesas na China”,disse o secretário-chefe de gabinete, Yoshihide Suga. “Exortamos fortemente o governo chinês a reagir adequadamente”.
O porta-voz do ministério chinês, Qin Gang, disse se tratar de “uma disputa de contrato de negócios corriqueira”, acrescentando que o governo irá salvaguardar os direitos de investidores estrangeiros.
“Nada mudou na posição do governo chinês no tocante a aderir e defender cada princípio da Declaração Conjunta Sino-Japonesa”, afirmou, referindo-se a um anúncio de 1972 segundo o qual os dois países estavam estabelecendo laços oficiais.
A oferenda de Abe, que visitou o santuário em dezembro, mas não foi pessoalmente este ano, foi enviada pouco antes de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, iniciar uma visita de três dias ao Japão na quarta-feira.
Os EUA disseram estarem “decepcionados” com a visita de Abe no ano passado, que enfureceu Pequim e Seul.
A China protestou em 12 de abril, depois que o ministro de Assuntos Internos, Yoshitaka Shindo, visitou o santuário, onde 14 líderes japoneses condenados como criminosos de guerra por um tribunal dos aliados depois da Segunda Guerra são homenageados, assim como os mortos japoneses no conflito.
Abe fez sua oferenda mais recente como indivíduo, por isso não cabia ao governo comentar, disse Suga em uma coletiva de imprensa.
A agência de notícias estatal chinesa Xinhua criticou o gesto de Abe, que viu como uma provocação que ameaçou a estabilidade regional e foi “um tapa na cara do aliado mais próximo do líder do Japão”.
O Ministério das Relações Exteriores sul-coreano também reagiu com revolta. “Deploramos o fato de que o primeiro-ministro Shinzo Abe tenha romantizado o colonialismo japonês e sua guerra de agressão prestando homenagem no santuário Yasukuni”, disse em um comunicado, ressaltando que o fato ocorreu apesar das demonstrações de preocupação da comunidade internacional.
Abe afirmou que, como antecessores, como o ex-premiê Yasuhiro Nakasone, que visitaram o local, ele tem grande estima pelos laços do Japão com a China e a Coreia do Sul, que sofreram com a ocupação e a colonização japonesas no século vinte.
A visita de Obama à Ásia, que começa no Japão, ainda irá incluir Coreia do Sul, Malásia e Filipinas.
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