A sinalização na avenida Júlio de Castilho, inclusive as placas indicando os horários permitidos para estacionamento ao longo da via, deve ser concluída antes do feriado de Sexta-feira Santa (18). A expectativa é do diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Jean Saliba.

Placas ao longo da via já foram instaladas. O estacionamento ficará permitido das 10h às 16h, inicialmente em caráter de experiência.

Saliba explica que a liberação do estacionamento na via, nos horários estipulados, será feita por um período de 60 dias. O município entende que a Júlio de Castilho não comporta a medida, também não prevista no projeto inicial de revitalização do trecho. “Aquilo não vai funcionar, só tem duas pistas”, comenta o diretor da Agetran.

No entanto, a medida atende acordo firmado entre autoridades municipais e comerciantes há cerca de um ano e meio. “Preferimos manter o que foi decidido, mas acreditamos que não vai funcionar, então vamos monitorar durante este período”, explica o chefe da Agetran.

“Estamos tentando ser práticos agora. Queremos concluir o trabalho e acompanhar não só a questão do estacionamento, mas o fluxo como um todo, para ver se vai correr normalmente”, diz Saliba. Ele não descarta novas mudanças no projeto após a fase experimental.

O acompanhamento será feito pela Diretoria de Trânsito da Agetran. A fiscalização também deverá ser intensificada, porém voltada, principalmente, à orientação dos condutores sobre as mudanças.

Comerciantes parecem estar mesmo divididos sobre as mudanças na Júlio de Castilho. Na onde Graciela Acosta é supervisora, as poucas vagas de estacionamento próprio serão insuficientes, mas ela não demonstra tanto pessimismo, ao contrário do gerente de uma loja de utilidades, Samir Dalleh, totalmente contrário à restrição no horário de estacionamento.

Graciela acredita que haverá um período de adaptação por parte dos consumidores, sem maiores transtornos. Ela compara o que foi feito na Júlio de Castilho ao projeto da avenida Eduardo Elias Zahran: “se lá funciona normal, aqui também deve ocorrer isso”.

Samir reprova. “Cliente gosta de comodidade, se não tem como parar na frente, o cliente vai embora”, analisa o gerente.

Ele ficou sabendo das placas ao ser questionado a respeito pela reportagem. “A prefeitura não comunicou nada. Isso vai prejudicar o comércio, principalmente quem não tem o estacionamento próprio”, avalia.

Foram criadas alças de acesso ao longo da avenida. Com isso, várias ruas no entorno mudaram de mão ou passaram a ser mão única, por exemplo, além das adaptações feitas na sinalização. Ao todo, foram gastos cerca de R$ 18 milhões no projeto.