Mais do que causar surpresa, a redução de preços enfrentada pelo frango em abril preocupa. Porque os custos de produção continuam ascendentes.

De toda forma é oportuno entender que o comportamento dos últimos dois meses (isto é, não apenas o de abril, mas também o de março) esteve absolutamente dentro de uma média que pode ser considerada “histórica”, pois abrange o desempenho do frango vivo nos últimos 17 anos, ou seja, desde 1997 até 2013.

Por essa média e tomando-se como base o preço médio do ano anterior – igualado em 100 – observa-se que o preço do mês de março fica 1,6% acima da média, enquanto o de abril se situa 4,1% abaixo da média (o que significa que corresponde a 95,9% do preço médio do exercício anterior).

Pois os preços alcançados pelo frango vivo em março e abril de 2014 ficaram muito próximos desses índices, até ligeiramente acima (meio ponto percentual em março; 0,2 ponto percentual em abril).

Ao contrário do ocorrido em janeiro e fevereiro, meses em que os preços registrados evoluíram bem aquém da “média histórica”.

O único senão, aqui, é que pela “média histórica” os preços do frango vivo recuam também em maio, mês em que alcançam o menor valor do exercício.

Naturalmente, esse comportamento é reflexo apenas da “safra” da carne bovina, cujo pico ocorre, na maioria das vezes, no mês de maio, fazendo com que também o boi em pé alcance no mês os menores valores do ano.

Mas como a presente “safra” do boi vem sendo absolutamente atípica (o produto entra em maio valendo cerca de 8% mais que no início do ano e – ao contrário do frango –alcança valores que não haviam sido registrados em anos anteriores), nada impede que essa atipicidade atinja também o frango. Mais do que desejável, a reversão de preços é absolutamente necessária.