Os cerca de cinquenta portugueses, descendentes e simpatizantes que acompanharam o jogo entre Portugal e no Clube Estoril sofreram até o último minuto do jogo. Regados à cerveja e sardinha, roeram as unhas como nunca no clube lusitano de .

A seleção europeia ia embora para casa mais cedo, não fosse o gol de Varela aos 49 minutos do segundo tempo. Agora Portugal precisará vencer Gana e torcer por combinação de resultados para avançar às oitavas de final.

Portugueses brasileiros

A torcida é por Portugal, mas também pelo Brasil. O português Joaquim Pedrosa, 67 anos, vice-presidente do Estoril lamentou os desfalques da seleção e o cansaço de Cristiano Ronaldo, o melhor do mundo. “Ele está jogando machucado. Acho que classificamos, mas não vamos longe”, opinou.

Joaquim mudou para o Brasil com três anos de idade e garante que em um duelo entre as seleções torceria pela seleção canarinho. “Aqui me criei, ganhei meu dinheiro”, garante. O vice-presidente também celebrou a eliminação da Espanha, comparando a rivalidade entre portugueses e espanhóis com a dos brasileiros e argentinos.

Dona Fátima Corado, 56 anos, diretora financeira do Estoril já estava aflita desde o primeiro tempo, quando Portugal ainda vencia com gol de Nani. “A equipe não está ajudando muito e Cristiano não está jogando com raça, falta o espírito de luta”, analisa. Ela citou ainda o calor de Manaus, onde a partida foi realizada, como problema.

A final ideal para a diretora seria entre os irmãos Brasil e Portugal. Sobre para quem fica a torcida, ela diz que ficaria dividida, mas que o sangue fala mais alto: “Cristiano ia mostrar que aqui também é a terra dele”.

Além das comidas há o clube de dança folclórica portuguesa, o rancho, existente há mais de cinquenta anos no Estoril, que deve se apresentar no Estoril na próxima partida, contra Gana. São dez casais dançando e grupo musical com sanfona e violão.

Esmeraldo Nascimento, diretor cultural do grupo, é brasileiro, mas cresceu sobre influências portuguesas. “Na Copa o patriotismo brota no sangue. É importante a união, os dois são irmãos”. A cantadeira Maria da Conceição, portuguesa que vive no Brasil há 36 anos, reforça que são “duas pátrias”, e caso um seja eliminado, a torcida vai para o outro.