O governo dos Estados Unidos vai anunciar na segunda-feira um pacote de iniciativas que pretende ajudar o Afeganistão, ainda um dos países mais pobres do mundo depois de 12 anos de intensos esforços de ajuda internacional, a se proteger contra a retirada das tropas internacionais e uma esperada queda na assistência.

O anúncio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) de três novas iniciativas de desenvolvimento, no valor de quase 300 milhões de dólares, é parte de um esforço dos EUA para garantir que o Afeganistão, à medida que a sua “economia de guerra” termine, não volte para uma pobreza maior ou retroceda nos ganhos obtidos ao longo dos últimos 12 anos em áreas como saúde e educação.

“A questão é: o que podemos fazer agora para garantir que o Afeganistão fique o mais saudável, sustentável e viável possível ao seguir adiante”, disse a principal autoridade da agência no Afeganistão e Paquistão, Larry Sampler, em entrevista.

As iniciativas estendem a assistência dos EUA ao setor de alimentos do Afeganistão; buscam ajudar o governo a aumentar a receita e ingressar na Organização Mundial do Comércio (OMC) daqui a um ano; e garantem acordos entre universidades dos dois países para que jovens afegãos possam ser treinados para ingressar no mercado de trabalho.

Mas o tamanho da ajuda externa que o Afeganistão vai receber nos próximos anos ainda é uma dúvida, já que a possível presença de tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) após 2014 ainda gera dúvidas. Pressões fiscais em países doadores também limitam os orçamentos de ajuda.

No mês passado, legisladores dos EUA dividiram pela metade a ajuda civil para o Afeganistão, refletindo a crescente relutância no Congresso para manter os níveis generosos de auxílio para o país asiático, as preocupações com desperdício e fraude e a frustração com o próprio governo afegão.