Denúncia de ex-funcionários da empresa holandesa SBM Offshore, que aluga navios-plataformas, sugere que a trabalhadores da Petrobras receberam propina para fechar negócios, segundo informações publicadas nesta sexta-feira pelo jornal O Estado de S.Paulo. O Ministério Público da Holanda teria afirmado que o depoimento do ex-funcionário faz parte de investigações no país. Segundo a publicação, a denúncia relata que a empresa SBM pagou US$ 250 milhões em propinas para autoridades de governos e estatais de vários países, inclusive o Brasil – que teria fica com a maior parte do valor, envolvendo US$ 139,2 milhões.

O denunciante – que teria trabalhado como diretor de vendas e marketing – afirma que o pagamento de propinas estaria claro numa troca de e-mails entre executivos da SBM, em abril de 2011. De acordo com o Estadão, as mensagens citariam uma reunião com o então engenheiro-chefe da Petrobras, citado como Figueiredo. Duas plataformas ainda seriam entregues à estatal brasileira, a de Saquarema e Maricá, encomendadas em julho do ano passado por US$ 3,5 bilhões.

Além do Brasil, o esquema abrangeria Itália, Guiné Equatorial, Angola, Malásia, Cazaquistão e Iraque, segundo a publicação. No caso de Guiné Equatorial e Angola, a denúncia cita funcionários dos governos e de estatais que teriam recebido suborno. A denúncia do ex-funcionário foi revelada na quinta-feira pela revista de negócios holandesa Quote. A assessoria de imprensa da Petrobras não comenta a denúncia.