O vereador Paulo Siufi (PMDB), que preside a Comissão Permanente de Saúde da Câmara Municipal, afirmou nesta quarta-feira (18) que vai solicitar ao deputado estadual Amarildo Cruz (PT) documentos que comprovem que banco falido desde 1957 foi fiador do contrato de R$ 10 milhões entre a Prefeitura para compra de sistema de marcação de consultas por telefone, o Gisa. O contrato foi assinado durante a gestão do ex-prefeito e pré-candidato ao governo do Estado, Nelsinho Trad (PMDB). “Se houver irregularidades vamos pedir a punição de quem quer seja, aqui não tem bandeira política ou parentesco familiar”, afirmou Siufi.

O parlamentar disse que não tinha conhecimento do contrato de R$ 10 milhões da Prefeitura para pagar o sistema Gisa, e que tem como fiador o Banco dos Estados falido há mais de cinco décadas. “Temos que verificar a veracidade de tudo isso, e se houver irregularidades pedir punição”, afirmou Siufi, que é do mesmo partido de seu primo, Nelsinho Trad.

Segundo Siufi, o sistema Gisa, que nunca funcionou em Campo Grande, foi bastante debatido durante a CPI da Saúde, instaurada pela Assembleia Legislativa. “Isso foi muito bem debatido e me parece que tem encaminhamentos para o Ministério Público Federal”, disse o parlamentar, que vai solicitar documentação referente ao Gisa para o deputado estadual Amarildo Cruz.

No ano passado, alguns vereadores propuseram a abertura de uma CPI para apurar irregularidades na saúde pública municipal, porém, a Comissão Parlamentar de Inquérito foi derrubada por 20 votos, inclusive de Paulo Siufi. Sobre isso, o presidente da Comissão Permanente de Saúde afirmou que não acredita mais em CPIs.

“Eu não acredito mais não, depois que a CPI da Folia foi abortada. Ficou muito feio para a Câmara, com toda a documentação que comprova o superfaturamento das empresas, então, hoje, eu não acredito mais em CPI”, disse Siufi que irá adotar ações independentes.

Ao ser questionado sobre a abertura da CPI da Saúde, no ano passado, anterior à CPI da Folia, o parlamentar lembrou que em 2013 foi um ano atípico. “Eu peitei a CPI do Calote e fui até o fim, mas foi um ano bastante difícil. Agora, se tiver dados contundentes a respeito desse contrato, não tem como a Câmara fechar os olhos, e eu como presidente da Comissão da Saúde, serei o primeiro a investigar”, afirmou Siufi.