O Parlamento de Israel votou nesta terça-feira para eleger o presidente que sucederá a Shimon Peres, dias depois de escândalos abalarem a disputa pelo cargo que no país é basicamente cerimonial, tido como autoridade moral da nação.

Nenhum dos cinco candidatos ao lugar de Peres – que ganhou um Prêmio Nobel da Paz e cujo mandato expira no próximo mês – obteve os 61 votos requeridos no Legislativo de 120 lugares. Uma segunda votação será realizada no fim do dia.

Na segunda tentativa, Reuven Rivlin, um ex-presidente do Parlamento que recebeu 44 votos, vai enfrentar Meir Sheetrit, experiente político centrista, que obteve 31.

Rivlin, 74, é membro do direitista Partido Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Ele tem a reputação de ser um político independente, se opõe a um Estado palestino e mantém um relacionamento turbulento com o primeiro-ministro. Sheetrit, que era aliado do ex-primeiro-ministro Ariel Sharon, esteve à frente de seis ministérios em sua longa carreira, incluindo o das Finanças e do Interior. Ele é membro do moderado partido Hatnuah, que integra a coalizão de Netanyahu.

Nenhum partido obteve até hoje maioria em uma eleição nacional israelense, o que faz do presidente – cujo poder é bem limitado – uma figura importante na formação de coalizões de governo.

A campanha para a eleição do décimo presidente de Israel tem sido manchada por rumores de jogo sujo e difamação.

Um dos candidatos favoritos, o político trabalhista Binyamin Ben-Eliezer, deixou a disputa no sábado depois que a polícia o interrogou sobre suposta fraude financeira.