Parceria com empresa proibida irrita patrocinador e deixa Botafogo em xeque
O Botafogo surpreendeu ao anunciar parceria com a TelexFree, empresa acusada de realizar pirâmide financeira e impedida de funcionar no Brasil desde junho do ano passado. E o acordo com os americanos não só surpreendeu como irritou o principal patrocinador do Alvinegro, o grupo Viton 44, que estampa as marcas Guaraviton e Guaravita nos uniformes […]
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O Botafogo surpreendeu ao anunciar parceria com a TelexFree, empresa acusada de realizar pirâmide financeira e impedida de funcionar no Brasil desde junho do ano passado. E o acordo com os americanos não só surpreendeu como irritou o principal patrocinador do Alvinegro, o grupo Viton 44, que estampa as marcas Guaraviton e Guaravita nos uniformes do clube de General Severiano.
O presidente do Viton 44, Neville Proa, diz que ele não manda no Botafogo, mas que a decisão do clube em associar sua marca a uma empresa que está impedida pela Justiça de trabalhar no Brasil está longe de ser a ideal. O empresário afirmou que a nova parceira não prejudica o Guaraviton, mas caso isso ocorra ele não descarta processar o Alvinegro.
“Nossa empresa está solidificada. O que aconteceu com o Botafogo eu não posso fazer nada. Quem manda lá são eles. Minha parte é decidir se vale ou não investir. Eu acho que pegou mal [parceria TelexFree]. Eu acho um erro associar o clube com uma marca que está proibida de trabalhar no Brasil, mas são eles quem decidem”, disse Neville Proa.
“Como estamos sempre colados fiquei sim [chateado de não ter sido avisado]. Eu ampliei a participação no clube e eles não me falaram nada, apenas que assinariam com uma nova marca, mas sem citar nomes. Não mando no Botafogo, mas se me prejudicar vou tomar as medidas necessárias”, acrescentou o empresário.
O presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, minimizou a questão e disse não há irregularidades que impeça a parceria entre o clube e a TelexFree. O dirigente alvinegro diz que a proposta de patrocínio foi muito bom e os torcedores de General Severiano tem reagido bem à notícia.
“É óbvio que tem gente batendo lá na porta querendo vender a marca. Não existe crise de relação com o Botafogo, o Sr. Neville é altamente querido por nós. Ele foi comunicado sobre a TelexFree, mas não foi consultado porque não cabia. Tem muita gente fazendo barulho querendo destruir a relação, mas não vai acontecer porque ela já tem mais de três anos e ele sabe que nós entregamos no produto. Ele disse que tem crescimento de 25% ao ano, e quero que veja outra que consiga isso com patrocínio de futebol”, afirmou o cartola.
Neville Proa, por outro lado, sabe que o patrocínio ao Botafogo tem rendido um crescimento importante a sua empresa, que cresceu cerca de 25% ao ano durante as três temporadas em que estampou a marca nos uniformes do Alvinegro. Mesmo insatisfeito com a TelexFree, o grupo Viton 44 tem o desejo de renovar novamente o vínculo com o clube de General Severiano.
“Acredito que não vá interferir na nossa parceria. Botafogo é um clube lindo não tem ninguém aqui no Rio com capacidade para suprir as nossas necessidades. Quem tem um coeficiente de tranquilidade é o Botafogo. Isso facilita o nosso acordo”, finalizou Neville Proa.
O patrocínio entre Botafogo e Guaraviton teve início em 2011 e atualmente rende R$ 25 milhões aos cofres do clube de General Severiano. Já a TelexFree, que exibe sua marca em menor espaço, paga aproximadamente R$ 11 milhões ao Alvinegro, que considerou a proposta irrecusável.
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