Para ser competitivo, Box do Gordinho recriou a cesta básica e fez dela seu modelo de negócio

Era o ano de 1993 e o Box do Gordinho vendia produtos diretamente no balcão, como a maioria dos mercados. Mas neste mesmo ano, inaugurava em Campo Grande o Atacadão e o antigo supermercado Soares deixava de existir dando lugar ao Comper. Com isso, a clientela foi sumindo do Mercadão para comprar nas novidades da […]

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Era o ano de 1993 e o Box do Gordinho vendia produtos diretamente no balcão, como a maioria dos mercados. Mas neste mesmo ano, inaugurava em Campo Grande o Atacadão e o antigo supermercado Soares deixava de existir dando lugar ao Comper. Com isso, a clientela foi sumindo do Mercadão para comprar nas novidades da praça.

A mudança de perspectiva foi o ponto principal para que o negócio também mudasse. Audemir Fontes Ferreira, que criou a marca Box do Gordinho Tio Patinhas, nunca foi de ficar parado e logo bolou um jeito de competir com a concorrência.

Audemir Guimarães, de 31 anos, filho dele, é quem nos conta essa história. “Os clientes começaram a migrar para os supermercados. O pai então pensou como atrair as pessoas para cá novamente? Daí surgiu a ideia de fazer a cesta básica. Que tinha o básico mesmo para passar o mês. O arroz, o feijão, o óleo”, conta.

A ideia deu tão certo que, hoje, os concorrentes vendem no mesmo formato e até os supermercados aderiram ao modelo. “A gente já conhecia a cesta básica de outros lugares, mas elas eram vendidas em caixas. Desta forma, no saco transparente, vendo os produtos, foi meu pai que inventou”, conta.

De inicio, eram quatro tamanhos diferentes. Hoje são oito tamanhos que variam de R$ 149,00 a R$ 299,00. O valor é de acordo com a quantidade de produtos que vem dentro da cesta.

Superstição

‘Tio Patinhas’ que fazia parte do nome precisou ser retirado por questões de marcas e patentes, mas cumpriu seu objetivo. Audemir conta que ao criar o nome do negócio o pai queria por algo que remetesse a fortuna, pois acredita que assim o negócio ia vingar.

Questionado se deu certo, ri, e diz que parece que sim.

Inovador

Mas não foi apenas em seu negócio que Audemir Fontes Ferreira inventou moda. Um dos fundadores da Associmec (Associação dos Comerciantes do Mercado Municipal de Campo Grande), e primeiro presidente da associação, ele inovou e fez o Mercadão ter cara nova. “O Mercadão era administrado pela Prefeitura. E a Prefeitura atendia as necessidades do Mercadão na medida do possível. Quando se formou a associação em 1983 a gente passou a administrar. E ninguém melhor que a gente para saber nossas necessidades”, conta.

As mudanças foram desde capacitação aos empresários do Mercadão a mudanças físicas que permitissem a acessibilidade ao local. “Começamos a melhorar. Vimos que nossa maior preocupação é o cliente e por isso fizemos diversas alterações para atender melhor. Os cuidados foram desde a estética e higiene a constantes capacitações. Antes não tinha nada disso”, conta.

Início de tudo

Nicodemos Ferreira, pai de Audemir Fontes Ferreira, foi quem iniciou o negócio em 1960. O neto Audemir Guimarés conta que o avô veio para Campo Grande em busca de oportunidades. Aqui conheceu o Mercadão comprou os boxes 16 e 17 (até hoje a família ocupa o mesmo lugar) e começou a vender grãos.

Ao lado de imigrantes japoneses, árabes e muitos outros nordestinos ele começou a história da família, que deu seguimento ao trabalho dele. “Hoje todos da família trabalham aqui. Tem tio, primo, irmãos. Todos trabalham juntos”, conta.

Ele foi o único que se formou, e hoje, está mais afastado dos negócios da família. Mas em contrapartida se mantém no Mercadão, trabalhando na assessoria de imprensa da Associmec. “Familiarizo-me com isso aqui. Cresci aqui e conheço tudo”, diz, com orgulho.

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