Paquistanesa Malala Yousafzai e o indiano Kailash Satyarthi ganham Prêmio Nobel da Paz

A paquistanesa Malala Yousafzai, de 17 anos, e o indiano Kailash Satyarthi venceram o Prêmio Nobel da Paz, anunciou hoje (10) a Academia Sueca. A ativista paquistanesa era a mais jovem entre os favoritos a receber o prêmio. Kailash Satyarthi, 50 anos, é um indiano que luta contra o trabalho infantil. Malala tornou-se um símbolo […]

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A paquistanesa Malala Yousafzai, de 17 anos, e o indiano Kailash Satyarthi venceram o Prêmio Nobel da Paz, anunciou hoje (10) a Academia Sueca. A ativista paquistanesa era a mais jovem entre os favoritos a receber o prêmio. Kailash Satyarthi, 50 anos, é um indiano que luta contra o trabalho infantil.

Malala tornou-se um símbolo reconhecido internacionalmente de resistência aos esforços dos talebans em negar educação e outros direitos às mulheres.

Kailash Satyarthi é um dos promotores da Marcha contra o Trabalho Infantil e já resgatou mais de 60 mil crianças trabalhadoras e também adultos mantidos sob regime de escravidão.

“As crianças devem ir à escola e não serem exploradas financeiramente”, disse o presidente do Comitê do Prêmio Nobel, Thorbjoern Jagland.

O prêmio foi concedido em um momento no qual as hostilidades entre Índia e Paquistão se intensificaram ao longo da disputada fronteira da região de Caxemira, de maioria mulçumana, no pior confronto entre as duas potências nucleares rivais em mais de uma década.

“O Comitê do Nobel considera ser um ponto importante que um hindu e uma mulçumana, um indiano e uma paquistanesa, unam-se em uma luta comum pela educação e contra o extremismo”, disse Thorbjoern Jagland, chefe do comitê do Nobel.

Malala foi atacada em 2012 em um ônibus escolar no vale do Swat, no noroeste do Paquistão, por homens mascarados que a puniram por ter criado um blog no qual começou a escrever para o serviço em urdu, da BBC, quando tinha apenas 11 anos, para fazer campanha contra os esforços do Taleban de proibir as meninas de estudar.

Sem conseguir retornar ao Paquistão após sua recuperação, Malala mudou-se para a Grã-Bretanha, onde montou o Fundo Malala e passou a apoiar grupos de defesa da educação cuja ação fosse focada no Paquistão, Nigéria, Jordânia, Síria e Quênia.

Satyarthi abandonou a carreira de engenheiro eletricista em 1980 e passou a fazer campanha contra o trabalho infantil e a organizar numerosas formas de protesto pacífico e manifestações contra a exploração de crianças para ganho financeiro.

“É uma honra para todas aquelas crianças que ainda sofrem com a escravidão, trabalho forçado e tráfico”, disse Satyarthi ao canal de TV CNN-IBN, após saber que ganhou o prêmio.

O prêmio, no valor de cerca 1,1 milhão de dólares, será entregue em Oslo no dia 10 de dezembro, aniversário de morte do industrial sueco Alfred Nobel, que criou a premiação por meio de seu testamento em 1895.

O mais jovem vencedor do Nobel anterior era o cientista australiano-britânico Lawrence Bragg, que compartilhou o Prêmio de Física com o pai, em 1915, aos 25 anos.

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