O papa Francisco fez nesta quarta-feira na praça de São Pedro um apelo aos líderes políticos e ao povo venezuelano, em sua maioria católico, para que predominem “o perdão recíproco e um diálogo sincero”.

“Eu espero vivamente que cessem o mais rápido possível as violências e as hostilidades e que todo o povo venezuelano, começando pelos líderes políticos e institucionais, se mobilize para favorecer a reconciliação nacional”, completou o papa argentino durante a audiência geral, em uma referência às três semanas de protestos que deixaram pelo menos 14 mortos e 140 feridos.

Esta reconciliação nacional “deve ser feita por meio do perdão recíproco e de um diálogo sincero, respeitoso da verdade e da justiça, capaz de enfrentar os temas concretos para o bem comum”, recomendou.

“Enquanto asseguro minha oração constante e fervorosa, em particular pelos que perderam a vida nos confrontos e por suas famílias, convido a todos os fiéis a elevar súplicas a Deus, para que interceda maternalmente Nossa Senhora de Coromoto, e que o país recupere rapidamente a paz e a concórdia”, completou.

Este foi um pedido particularmente longo, em comparação com os apelos habituais do pontífice sobre outros conflitos.

O primeiro papa latino-americano fala pouco sobre as questões de seu continente, atento ao papel de pastor universal.

Em junho do ano passado, Francisco recebeu o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, sucessor de Hugo Chávez. Na ocasião, falou sobre “a contribuição decisiva” e “a presença histórica” da Igreja católica.

Em novembro, o líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, pediu ao sumo pontífice que intercedesse a favor do diálogo político ante as “ameaças” e a “chantagem” do “regime” de Maduro.

Hugo Chávez, que morreu em março de 2013, era católico, como muitos venezuelanos, mas sua política socialista e nacionalista era questionada pelos conservadores católicos.