Paciente passa 20 dias percorrendo postos da Capital até ser internado com pneumonia

O mestre de obras Nilton Vilela, de 43 anos, descobriu que está com pneumonia avançada, em estado grave, depois de passar cerca de 20 dias indo ao Posto do Coronel Antonino e ser clinicado por sete médicos. Os primeiros cinco profissionais sequer constataram a doença, já a sexta diagnosticou, mas não o encaminhou para internação. Apenas após ser atendido […]

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O mestre de obras Nilton Vilela, de 43 anos, descobriu que está com pneumonia avançada, em estado grave, depois de passar cerca de 20 dias indo ao Posto do Coronel Antonino e ser clinicado por sete médicos. Os primeiros cinco profissionais sequer constataram a doença, já a sexta diagnosticou, mas não o encaminhou para internação. Apenas após ser atendido pela sétima médica que Nilton foi encaminhado para o hospital, onde recebe tratamento.

Indignada com a negligência dos profissionais, a mulher de Nilton, Regina Santos de Carvalho, de 37 anos, vendedora autônoma, conta que o marido está bastante debilitado e poderia estar melhor se não fosse o descaso dos médicos.

Segundo ela, o marido apresentava há cerca de um mês febre forte, mas se recusava em ir ao posto. Após quatro febres fortes, ela conseguiu convencê-lo a buscar ajuda. Mas o que poderia ser o inicio da solução, foi o começo de mais dúvidas e problemas.

Regina diz que na primeira vez que foi ao Posto Coronel Antonino o médico observou o marido e pediu um hemograma. “Ele pediu o exame e disse que poderia ser dengue, e já nos mandou para casa sem passar nenhum remédio dizendo que não havia nada de errado com ele. “Ele nem o clinicou direto. Olhou mais ou menos e já nos dispensou”, diz, lembrando que as febres continuaram.

Como a febre não cessou, eles voltaram ao posto. Desta vez, outro médico olhou o primeiro hemograma e receitou outro exame. Novamente nada foi passado e Regina voltou para casa com o marido sentindo dores.

Na terceira vez, o médico plantonista não quis nem olhar os exames. “Chegamos com os exames e falando o que ele estava sentido. O médico não quis nem olhar, já foi mandando a gente embora”, conta.

Regina ainda lembra que ao falar sobre os exames o médico ainda foi grosso: ele disse que por ele nós poderíamos jogar os exames todos fora, porque não serviam de nada porque o marido não tinha nada.

O quarto médico, assim como o quinto, disse que era virose e que não havia com o que se preocupar.

Apenas a sexta médica diagnosticou a pneumonia, mas também não o encaminhou ao hospital. “A médica disse que ele estava com pneumonia, em estado avançado, mas não fez nada. Eu não entendi o por que. Só vi que ela errou quando a outra médica disse que ele já deveria ter sido internado”, diz.

Regina conta que somente com a 7ª profissional veio o inicio do tratamento. “Quando ela viu os exames disse que estava tudo alterado. Ficou preocupada e perguntou do raio-x. Como havíamos feito o exame antes ela foi lá e olhou e na hora mandou para internação”, diz

Hospital Regional

Nilton foi levado para o Hospital Regional onde recebe tratamento. Segundo Regina, assim que o marido chegou ao hospital já foi levado para a ala vermelha – onde ficam os pacientes em estado grave – e lá segue há uma semana.

No hospital foram feitos novos exames e há suspeita de que Nilton esteja com H1N1. Além disso, foi encontrado um nódulo em seu pulmão.

Regina conta que está muito revoltada com todo o tratamento que o marido passou por negligência dos profissionais da saúde. Ela pondera que, conforme explicaram para ela no HR, se o marido tivesse sido clinicado corretamente no inicio talvez já estaria melhor e saindo do hospital.

Devido a isso, ela entrou em contato com a Ouvidoria do SUS e fez reclamação dos profissionais. Contudo, a ouvidoria ficou de ligar e dar um posicionamento sobre a denúncia, mas passados oito dias eles ainda não retornaram o contato.

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