Outubro Rosa se aproxima abordando a conscientização do câncer de mama
Em outubro, começa no Brasil e em diversos outros pontos do mundo a campanha de conscientização sobre o câncer de mama chamada Outubro Rosa. O evento surgiu na década de 1990 e desde então, anualmente, diversos monumentos são iluminados de rosa para chamar a atenção para o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo, […]
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Em outubro, começa no Brasil e em diversos outros pontos do mundo a campanha de conscientização sobre o câncer de mama chamada Outubro Rosa. O evento surgiu na década de 1990 e desde então, anualmente, diversos monumentos são iluminados de rosa para chamar a atenção para o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo, atingindo principalmente as mulheres. Instituições relacionadas com o câncer também usam o mês para conscientizar sobre a importância da detecção precoce. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca) a previsão de novos casos para o ano de 2014 foi estimada em mais de 57 mil incidências.
O câncer de mama é considerado relativamente raro de surgir antes dos 35 anos. Porém, após ultrapassar essa faixa etária, a incidência dele cresce de forma rápida e progressiva. Só em 2011, 13.345 pessoas foram vítimas fatais do câncer de mama, sendo 120 homens e 13.225 mulheres. De acordo com o oncologista Evanius Wiermann, presidente da SBCO (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica), ao contrário do que vem acontecendo nos países desenvolvidos, onde a incidência de câncer de mama vem se mantendo estável, no Brasil e nos demais países ditos em desenvolvimento, essa incidência vem aumentando.
O oncologista explica que o investimento em campanhas de conscientização sobre esse tipo de câncer é algo fundamental visto que as mulheres, principal público alvo delas, costumam estar mais atentas à saúde. “Por questões culturais, as mulheres são muito mais preocupadas com a saúde que os homens. Campanhas como o Outubro Rosa possuem um impacto muito grande porque aumentam a consciência social sobre o câncer de mama, mobilizando uma população que corre atrás do tratamento e prevenção”, explica.
De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde, no ano passado foram registradas 6.015 internações por câncer de mama em unidades públicas (SUS) do estado do Rio. Em 2012, foram 6.006 e em 2011, 4.382. Os números apontam para um aumento no número de mulheres internadas com a doença no estado. Quanto aos óbitos decorrentes do câncer, 1.903 foram registrados nas unidades do estado em 2013, mesmo número de 2012. Em 2011, foram 1.801.
A Secretaria de Estado de Saúde, inclusive, desde janeiro deste ano tem percorrido diversos municípios com o mamógrafo móvel, serviço que disponibiliza a pacientes do Sistema Único de Saúde exames digitais de mamografia e ultrassonografia, além de realizar biópsias mamárias caso haja a detecção de alguma alteração no procedimento, evitando assim a perda de tempo entre o diagnóstico e o tratamento. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, mais de 12.300 pacientes já foram atendidos pelo serviço, e mais de 12.900 exames, entre mamografias e ultrassonografias, já foram realizados.
A iniciativa do mamógrafo móvel busca, principalmente, realizar o diagnóstico precoce do câncer de mama. Wiermann explica que, para a maioria das pessoas, a única forma de prevenir a doença é através da chamada prevenção primária “O câncer de mama, diferente do câncer de colo do útero, por exemplo, é um câncer que não dá para prevenir. O de colo do útero envolve o vírus do HPV, ou seja, se você não se contaminar com o vírus, não vai desenvolver o câncer. Quando a gente trata do câncer de mama, a única coisa que podemos fazer é o diagnóstico mais precoce possível, através da mamografia”, explica.
O oncologista explica ainda que muitos mitos acabam rondando a doença, muitas vezes por conta da falta de acesso às informações adequadas. Um desses mitos seria o de que dormir utilizando sutiã poderia ser um fator de risco para o desenvolvimento do tumor. Outro mito bastante comum seria o de que o uso de determinados desodorantes aerossol poderiam influenciar também no surgimento do câncer de mama. Wiermann diz que são duas crenças equivocadas. “Não existe nenhum estudo científico que confirme uma correlação entre utilizar sutiã e desenvolver câncer de mama. Quanto aos desodorantes, as pessoas também podem usar tranquilamente, não existe relação entre câncer de mama e uso de desodorantes”, esclarece.
A cada 100 mulheres, um homem tem câncer de mama
Outro mito que seria comum é o de que o câncer de mama atinge somente as mulheres. A doença atinge majoritariamente mulheres, mas homens também podem sim desenvolver o câncer. O oncologista Evanius Wiermann explica que as estatísticas internacionais apontam para que a cada 100 mulheres, um homem desenvolva o câncer de mama. “Os homens também têm, mas o câncer de mama é bem menor neles”, aponta.
O oncologista explica também que, geralmente, o câncer de mama masculino está bastante ligado a possíveis alterações genéticas. “Todo homem que tem câncer de mama deve fazer uma investigação sobre mutações dos genes BRCA, os mesmos inclusive do caso da Angelina Jolie. Não é um fator obrigatório, mas é algo frequentemente relacionado. A gente deve investigar e seguir essas pessoas de perto”, explicou o especialista, lembrando do caso da atriz norte-americana que realizou uma mastectomia, cirurgia preventiva de retirada do tecido mamário, após detectar o problema com o gene BRCA1.
Os genes BRCA1 e BRCA2 fazem parte de uma classe de genes conhecidos como supressores tumorais. Geralmente, em famílias em que há já existiram casos de câncer e quando os genes apresentam uma mutação, o paciente acaba não podendo combater o câncer da forma mais adequada. Os genes estão associados com até 10% de todos os casos de câncer de mama. Uma mutação desses genes está associada com o desenvolvimento de câncer hereditário de ovário e de mama, então é importante que sejam realizados os exames preventivos. Nos homens com mutação no gene BRCA1, o maior risco está associado a câncer de mama e pode influenciar também em cânceres de pâncreas e testículos. Neles, o dano no gene BRCA 2 está relacionado também ao câncer de próstata precoce.
Mamógrafo móvel
O Mamógrafo Móvel da Secretaria de Estado de Saúde ficará em Nova Friburgo até a próxima quarta-feira (1). O equipamento atende moradores de Cantagalo, Macuco, Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto, Duas Barras, Cordeiro, Bom Jardim, Cachoeiras de Macacu, Trajano de Moraes, Carmo e Sumidouro. A previsão é que o Mamógrafo Móvel chegue a Bom Jesus do Itabapoana no dia 3 de outubro. O horário de atendimento é de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h, e aos sábados e feriados, das 8h às 15h.
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