Onda de pichações não respeita nem prédio de delegacia em Campo Grande

As pichações em Campo Grande têm se tornado uma praga para muitos moradores. Nas últimas semanas, as interrogações no Obelisco, no prédio da prefeitura e Morada dos Baís chamaram a atenção da população. Mas as marcas não são exclusividade da região central, nos bairros, muros de casas, escolas, postos de saúde, praças, postes, placas de […]

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As pichações em Campo Grande têm se tornado uma praga para muitos moradores. Nas últimas semanas, as interrogações no Obelisco, no prédio da prefeitura e Morada dos Baís chamaram a atenção da população. Mas as marcas não são exclusividade da região central, nos bairros, muros de casas, escolas, postos de saúde, praças, postes, placas de sinalização e até delegacias de polícia amanhecem pichadas.

Na região do Santo Amaro, os moradores consideram as pichações uma maldição. Estão em casas, mercados, oficinas mecânicas e escolas. Até a Delegacia de Polícia Civil e a Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estão pichadas. É difícil encontrar alguma avenida que não tenha pelo menos um local pichado. “São uns vagabundos esses aí”, diz um morador que teve o muro tomado por desenhos feitos com spray. Questionado, se ele vai pintar o muro, o morador diz que por enquanto, não vai cobrir, pois acha que não adianta. “Eu vou largar mão, está em toda cidade. O poder público não toma uma providência, vou deixar desse jeito”, comenta.

De acordo com o delegado Walmir Moura Fé, da 7ª Delegacia de Polícia Civil, que compreende toda a região do Santo Amaro, essa é a atitude que deve ser evitada. Ele explica que os moradores devem registrar o caso na delegacia de polícia e mesmo tendo custo, é aconselhável que a pichação seja coberta, pois isto inibe que outros pichadores deixem outra marca no lugar, para “rivalizar”.

“As pessoas acabam não apagando, vai acumulando e fica sujo. A orientação é para que seja registrado na delegacia e que a pichação seja coberta”, afirma. Segundo o delegado, apesar da impressão de aumento nos casos de pichação, há um acúmulo de marcas, o que dá impressão de que a pichação na cidade está aumentando. Moura Fé explica que muitos dos pichadores da região já foram identificados. O que pichou o muro da 7ª DP com a palavra “Odisseia”, inclusive, já cumpriu pena e deve reparar o dano, pintando o local.

Na Praça do Papa, o muro que abriga as imagens de todos os papas foi completamente tomado pelas pichações. Olhando superficialmente, é possível observar pelo menos três “estilos” diferentes. Segundo o delegado, na tarde desta sexta-feira (31), um voluntário vai cobrir as marcas do muro. Caminhando pela praça, a aposentada Jussara Coló diz que as pichações são novas. “Não tinha isso aí antes. É coisa nova. Acaba deixando a praça abandonada”, diz.

Já na área central, a menos de 50 metros da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) no Centro de Campo Grande o muro de um escritório estampa “Quem só eu? Eu não Sei Não importa (sic)” diz a pichação. A advogada Marignez Barbirato conta que o muro do escritório foi pichado em julho do ano passado “Eu sai daqui tarde, quase meia-noite e estava muito frio e mesmo assim picharam aqui, que é perto da delegacia. Foi no mesmo dia em que picharam lojas da 14 de Julho e que também o Obelisco”, conta.

Segundo a advogada a ocorrência foi registrada na Polícia Civil e foi orientada a deixar a pichação durante a investigação. Agora, ela aguarda autorização para comunicar o proprietário e poder pintar o muro.

Ainda segundo delegado, a faixa etária dos pichadores é de jovens de 15 a 22 anos e cada caso de pichação, é considerado um crime. Isto é, se um pichador for identificado como autor de 50 pichações, ele responderá pelos 50 crimes acumulados. Caso seja um prédio público, a pessoa responde por dano ao patrimônio público, se for encontrado um grupo com mais de quatro pessoas, também poderá ser considerado formação de quadrilha, por fim, se tiver adolescentes com adultos, o caso também pode ser considerado corrupção de menores.

Após serem identificados os responsáveis pela pichação, o caso é encaminhado para a Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Proteção ao Turista (Decat).

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