Odilon sugere serviço de inteligência da PF contra possíveis retaliações do PCC

O juiz federal teme que a facção possa fazer algum tipo de retaliação por conta da transferência de presos, como no caso dos nove presos trazidos do Maranhão (MA), ao Presídio Federal de Campo Grande.

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O juiz federal teme que a facção possa fazer algum tipo de retaliação por conta da transferência de presos, como no caso dos nove presos trazidos do Maranhão (MA), ao Presídio Federal de Campo Grande.

O juiz federal Odilon de Oliveira defende um serviço de inteligência da Polícia Federal (PF), autorizado pelo Ministério da Justiça para fazer um mapeamento e conseguir prever ações criminosas do PCC (Primeiro Comando da Capital), em Mato Grosso do Sul e no resto do País.

Odilon teme que a facção possa fazer algum tipo de retaliação por conta da transferência de presos, como no caso dos nove trazidos do Maranhão (MA), para o Presídio Federal de Campo Grande. Ele também alerta para possíveis ataques durante a Copa do Mundo.

Um dos ataques da facção no Estado, ocorreu em 2012 quando dois integrantes já presos executaram o policial militar, Otacílio Pereira de Oliveira, na cidade de Três Lagoas

“Se o PCC for agir na Copa vai pegar todo mundo de surpresa”, disse o juiz federal, sobre a infiltração dos criminosos durante manifestações populares que podem ocorrer, como durante a Copa das Confederações. no ano passado.

De acordo com o juiz federal e o Ministério Público Estadual (MPE) de São Paulo, MS é o terceiro colocado em número de integrantes, perdendo apenas para São Paulo e Paraná. Com quase 600 “filiados”, Mato Grosso do Sul por fazer divisa com Paraguai e Bolívia, é ponto estratégico para o tráfico de drogas, armas e realização de outros tipos de crimes.

“O Brasil não tem um mosaico pronto sobre o PCC”, diz. “Falta vontade política por conta do Ministério da Justiça”, diz. “O serviço da Polícia Federal é bom, embora o pequeno contingente”. “Quem manda nas prisões é o PCC”, diz.

Odilon que é contra a legalização de drogas, afirma que a fronteira seca de quase 17 mil quilômetros do País facilita o tráfico de armas drogas, além do “intercâmbio” de traficantes. Há facilidade de entrar no País por conta do contingente de 13% da PF, argumenta.

“A legalização da droga aumenta em até quatro vezes o consumo e eleva a violência, por conta do uso dela. 50 mil pessoas aproximadamente morrem por conta de homicídio no Brasil anualmente, 50% desses casos estão ligados ao tráfico de drogas, se fechar a fronteira podemos ter uma diminuição de mortes de até 25 mil pessoas”, argumenta.

Ainda de acordo com o MPE/SP, São Paulo aparece como o Estado que tem  maioria absoluta de integrantes da organização criminosa com 7,8 mil. O Paraná aparece em segundo lugar com 626 criminosos. No Paraguai seriam 39 membros, 11 presos e 28 soltos. Na Bolívia estão mapeados 18 integrantes, todos soltos.

A investigação também concluiu que a organização criminosa tem 11,4 mil membros em 22 Estados, no Paraguai e na Bolívia. Além disso, descobriu que ela movimenta R$ 120 milhões por ano e discutiu ataques a autoridades do governo do Estado.

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