O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se reuniu hoje com seu colega chinês, Xi Jinping, tentando buscar o apoio de Pequim para isolar a Rússia no conflito com a Ucrânia pelo domínio da região autônoma da Crimeia.

Os dois se encontraram em Haia, na Holanda, onde participam da Cúpula de Segurança Nacional. Com a crise na Ucrânia, o fórum virou área de discussão sobre as represálias a Moscou, deixando de lado o tema central, o terrorismo nuclear.

Segundo a Casa Branca, Xi defendeu uma solução política para a crise e reafirmou a importância da soberania nacional. No entanto, Pequim descartou ações mais duras, como as sanções econômicas feitas pelos Estados Unidos e a União Europeia.

A Chancelaria chinesa ainda não fez comentários sobre a reunião. Embora tenha se aliado à Rússia em outros problemas diplomáticos, como a guerra civil na Síria, a China se absteve no Conselho de Segurança da ONU em uma resolução sobre Crimeia.

Estados Unidos, França e Reino Unido votaram a favor da medida, que teve o veto de Moscou. De acordo com analistas, a China se absteve por um lado para manter a boa relação com os vizinhos russos e para não abrir precedentes para os separatistas Tibete e Xinjiang, por outro.

Mais cedo, Obama disse que está junto com a União Europeia em sua posição de aplicar sanções à Rússia. Porém, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, disse que os Estados Unidos e os outros países do G7 não pretendem tirar os russos do G8 por enquanto.

Horas depois, entretanto, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que não haverá reunião do G8 enquanto a Rússia continuar a agir contra a Ucrânia. O encontro, que seria na cidade russa de Sochi em junho, foi suspenso devido à anexação da Crimeia.

Crimeia

Hoje o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, defendeu novas soluções para fornecer energia à Crimeia para evitar novas falhas do fornecimento vindo da Ucrânia. Cerca de 60% da península ficou sem luz durante a madrugada, no que a Ucrânia disse ser uma falha nas linhas de transmissão.

Dentre as alternativas avaliadas por Medvedev, estão a criação de termelétricas na Crimeia ou a criação de uma linha de transmissão entre o território russo e a península pelo estreito de Kerch.

A península recebeu hoje a visita do ministro da Defesa russo, Sergei Shoygu, enquanto uma das últimas bases controladas pela Marinha ucraniana na região autônoma, em Feodosia, foi dominada por forças aliadas da Rússia.

As tropas russas também controlaram o último navio da frota ucraniana na Crimeia. O Konstantin Olshanski estava cercado pelos russos no lago Donuzlav e havia recebido ordens de Kiev para resistir à ofensiva.