Desde que lutava boxe na adolescência, na Bahia, Cleber se acostumou que duvidassem que ele tinha realmente nascido em 5 de fevereiro de 1990.

Nem tanto pela altura, que segundo o site oficial do Corinthians é de 1,83 m. Mas pela força acima do normal, a impulsão que destoa por completo e a velocidade que tem nas pernas sutilmente arqueadas para fazer desarmes precisos. Negro, vindo de uma família de membros corpulentos, impressionou até o pediatra quando levou seu filho de três anos. O médico não acreditava na idade do menino.

No início de sua trajetória no Paulista de Jundiaí, em que chegou com 19 anos, Cleber também precisou encarar essas desconfianças, mas logo foi internamente comprovado que suas virtudes, especialmente físicas, eram genéticas. São elas que abrem as portas para ele se tornar, enfim, titular do Corinthians com a saída de Paulo André para a China.

A nova fase começou para Cleber com vitória sobre o Rio Claro, no último sábado. Eleito para a equipe por Mano Menezes depois de sucessivas falhas de Felipe, o zagueiro fez o segundo gol e participou diretamente do terceiro na vitória por 3 a 2. Defensivamente, apesar dos gols sofridos, deu conta do recado. Ele segue titular para pegar o Comercial às 22h (de Brasília) desta quarta, no Pacaembu.

A primeira grande chance: segunda divisão goiana

Essa história que começa a ser de sucesso não parecia possível em 2011. Cleber estava desenganado quando recebeu uma oferta para sair do Paulista de Jundiaí ao Itumbiara, na segunda divisão goiana. Havia operado o joelho meses antes, vivia com dificuldades, já tinha filho e mulher para sustentar. Treinador do Paulista na ocasião, Wagner Lopes não lhe dava chances. Cleber resolveu topar o desafio em Goiás: se destacou, obteve o acesso e plantou uma semente.