Novo alerta prevê rio Paraguai perto dos 6 metros

A Embrapa Pantanal emitiu um novo alerta relacionado ao nível do rio Paraguai em Ladário, que chegou a 5 metros e 21 centímetros na segunda-feira, dia 26 de maio. Esse alerta traz a projeção que a altura do rio “deve ultrapassar o nível de 5,5 metros, podendo chegar em torno de 6 metros em Ladário […]

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A Embrapa Pantanal emitiu um novo alerta relacionado ao nível do rio Paraguai em Ladário, que chegou a 5 metros e 21 centímetros na segunda-feira, dia 26 de maio. Esse alerta traz a projeção que a altura do rio “deve ultrapassar o nível de 5,5 metros, podendo chegar em torno de 6 metros em Ladário para meados de junho”. Na previsão anterior, a estimativa era de 5,50 metros também em junho.

O alerta, divulgado na página do Facebook GeoHidro-Pantanal, explica que a atualização da estimativa foi necessária “devido às chuvas fortes que continuam caindo sobre o Pantanal na faixa de influência do rio Paraguai acima de Ladário”. Além disso, reforça a recomendação aos criadores de gado para que retirem o rebanho das áreas que serão inundadas.

De acordo com a mensagem, chuvas intensas “também têm caído no pantanal do Paiaguás, influenciando o rio São Lourenço/Cuiabá, o que tem mantido o seu nível na estação de Porto Alegre/Zé Viana oscilando e estacionado quando já deveria estar na fase de vazante”. Segundo o alerta, “chuvas fortes também têm caído no Pantanal da Nhecolândia, que influencia, por meio de corixos, como o Corixão, a região do Porto da Manga no rio Paraguai. Tem chovido mais do que geralmente chove nessa época nas bacias dos rios Miranda e Aquidauana, que influenciam o rio Paraguai pouco acima da estação de Porto Esperança (onde a linha do trem cruza o rio Paraguai) e na altura da estação de Forte Coimbra. Também tem chovido bastante nas bacias do rio Aquidabã, na face oeste da serra da Bodoquena, que influencia o Pantanal entre o rio Nabileque e a fralda da serra”.

Recentemente, o pesquisador Carlos Roberto Padovani, da Embrapa Pantanal, explicou ao Diário Corumbaense que a cheia do rio Paraguai na região de Corumbá e Ladário é um reflexo do que aconteceu meses antes no Mato Grosso. “A onda de inundação que chega todo ano a Corumbá vem lá do Mato Grosso. Nossa cheia é importada do Mato Grosso. Uma vez que você tem a quantidade de chuva que provoca inundação, essa água vai sendo drenada pelos rios e conflui para o rio Paraguai, que entra no Pantanal e traz essa onda de inundação”, observou.

A estimativa do nível do rio Paraguai na região de Corumbá e Ladário é baseada na “análise estatística de regressão não linear entre os dados diários e das máximas anuais da estação de Bela Vista do Norte (rio acima) e a estação de Ladário (rio abaixo)”, explica o texto do alerta publicado na página GeoHidro-Pantanal.

Maior cheia registrada na régua de Ladário foi em 1988

A maior cheia do século passado ocorreu em abril de 1988, quando o rio Paraguai, atingiu a marca de 6,64 metros na régua de Ladário, superando os 6,62 m de maio de 1905. A última grande cheia ocorreu em 1995, considerada a terceira maior, com pico de 6,56 metros.

Durante o período de 1964 a 1973, que antecedeu a essa cheia, o nível máximo registrado na régua de Ladário tinha sido de apenas 2,74 metros. Cheia normal compreende de 5 a 5,99 metros. Cheia igual ou superior a 6 metros é considerada como uma cheia grande ou “super-cheia”.

Nos 114 anos de observação do comportamento do nível do rio Paraguai em Ladário, 51 tiveram o valor máximo anual no mês de junho, 26 em maio, 23 em julho, 11 em abril, 2 em março e uma em agosto. Quanto aos valores mínimos anuais, 33 ocorreram no mês de dezembro, 32 em novembro, 28 em janeiro, 16 em outubro, 4 em setembro e uma em fevereiro.

Alertas sobre nível do rio

Os alertas sobre o nível do rio Paraguai são publicados pelo pesquisador na página do Facebook GeoHidro-Pantanal, uma iniciativa – mantida por pesquisadores da Embrapa e parceiros – que busca estabelecer uma comunicação mais direta com a população das regiões que podem ser afetadas pelas cheias. A página (https://www.facebook.com/pages/Geohidro-Pantanal/593932390647332) oferece mapas sobre as chuvas, dados e links de sites como a Agência Nacional de Águas (ANA) e Marinha do Brasil, de forma a criar um panorama mais detalhado sobre a cheia.

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