Novidade do interino vira garçom e Palmeiras desencanta contra Goiás

Gilson Kleina ficou 20 meses no Palmeiras mantendo Juninho mesmo diante das críticas da torcida. Em seu primeiro jogo como interino, Alberto Valentim resolveu escalar William Matheus, pedido do antigo técnico, na lateral esquerda, e foi dos seus pés que saíram os dois gols da vitória por 2 a 0 diante do Goiás que traz […]

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Gilson Kleina ficou 20 meses no Palmeiras mantendo Juninho mesmo diante das críticas da torcida. Em seu primeiro jogo como interino, Alberto Valentim resolveu escalar William Matheus, pedido do antigo técnico, na lateral esquerda, e foi dos seus pés que saíram os dois gols da vitória por 2 a 0 diante do Goiás que traz alívio à Academia de Futebol com o fim de uma sequência de três derrotas.

Nesta fria noite de sábado em São Paulo, William Matheus bateu a falta para Lúcio fazer seu primeiro gol vestindo verde, aos 15 minutos de jogo, e cobrou lateral para Henrique, aos 31 do primeiro tempo, fazer seu terceiro gol na terceira partida pelo clube. Com disposição para marcar, o time só manteve o resultado que acaba com um incômodo jejum.

Com seu primeiro triunfo como mandante, o Verdão chega a seis pontos no Campeonato Brasileiro, terminando o sábado na sétima posição, a um ponto da faixa da Libertadores. Animado, o time precisa vencer o Sampaio Corrêa às 22 horas (de Brasília) de quarta-feira, no Pacaembu, para não ser eliminado na segunda fase da Copa do Brasil.

O Goiás, por sua vez, sofre sua primeira derrota já na quarta rodada da liga nacional e, estacionado nos sete pontos, tenta se reabilitar no torneio recebendo o Botafogo às 22 horas (de Brasília) de quarta-feira em Juiz de Fora (MG). O Palmeiras tem compromisso pelo Brasileiro só às 18h30 do dia 18, visitando o Vitória no estádio de Pituaçu, na Bahia.

O jogo – Embora estreante e na condição de interino, Alberto Valentim não mostrou temor para mexer no time. Preferiu já deixar o volante Josimar e o lateral esquerdo Juninho, ambos entre os principais focos de crítica da torcida, no banco de reservas e armou o 4-3-3 apostando em Diogo como companhia a Leandro para municiar o centroavante Henrique.

Os dez primeiros minutos de jogo, contudo, foi de um time claramente medroso por conta das três derrotas seguidas que culminaram na demissão de Gilson Kleina. Mesmo com Valdivia, seu jogador mais caro, o Palmeiras não acertava quase nada e exibia um jogo vacilante como desejava o Goiás, montado no 4-5-1 para se aproveitar da crise adversária.

Até que o Verdão acordou. A confortável posição do rival à espera de um erro e o incentivo da torcida que enfrentou o frio para vir ao Pacaembu acordou a equipe. A equipe passou a marcar na frente, com William Matheus reencontrando seu ex-clube e disposto a trazer problema.

Aos 15 minutos, Amaral, um dos pilares da marcação goiana, perdeu o tempo de bola ao derrubar Leandro na intermediária. Acabou criando uma chance para o Palmeiras mostrar sua força. William Matheus executou jogada ensaiada e cobrou a falta para Lúcio, impedido na pequena área, desviar nas redes e vibrar na condição de capitão de um time que respirava aliviado com a abertura do placar.

O gol ratificou a mudança do ambiente no Pacaembu. No minuto seguinte, um cruzamento de William Matheus quase virou gol contra. Aos 18, David, meio-campista do Goiás, isolou a bola em chute de longe e foi aplaudido pelos palmeirenses na arquibancada. A disposição dos agora comandados por Alberto aumentava a sensação de que, pela primeira vez desde as quartas de final do Paulista, quando venceu o Bragantino, o Verdão tinha o jogo na mão.

A confiança e a marcação na frente até chegaram a dar chance para o Goiás assustar, mas a fria noite de sábado era dos mandantes. Aos 31 minutos, William Matheus, mais surpreendente novidade do interino, comprovou a sensação. O camisa 16 cobrou lateral com tanta força que transformou o arremesso da bola com as mãos em um cruzamento para Henrique, substituto de Alan Kardec, fazer seu terceiro gol em três jogos no clube.

O Goiás parecia surpreso, sem entender o que acontecia. O time foi montado para se aproveitar da má fase do maior campeão em títulos nacionais da história do futebol brasileiro e, quando percebeu, não tinha nem vontade superior em campo. Só não foi para o intervalo perdendo por 3 a 0 porque Henrique não alcançou a bola e atrapalhou Leandro em ótimo cruzamento de Wendel, aos 39.

Após começar a rodada sabendo que poderia terminar o sábado na liderança até com um empate, o time do Centro-Oeste se lançou à frente no segundo tempo, mas não fez nada suficiente para quebrar a disposição e a confiança conquistada por uma equipe que entrou em campo para lavar a alma. O Palmeiras teve os atacantes Leandro e Diogo e até Valdivia voltando à defesa para garantir três pontos nesta noite.

Estava tão tranquilo que a torcida perdoou até uma pífia finalização de Marcelo Oliveira, que tornou inútil uma bela jogada de Valdivia ao, em frente ao goleiro Renan, bater para fora sem nenhum perigo. Do banco, Alberto Valentim aproveitou para usar Chico, atacante vindo das categorias de base que só foi ao banco graças a um problema físico de Marquinhos Gabriel e acabou substituindo Leandro.

A paz reinava a ponto de uma braçada acidental de Wendel em Lúcio deixar o zagueiro fora por alguns minutos porque seu nariz estava sangrando. Alguns torcedores só reclamaram e vaiaram quando Josimar entrou no lugar de Wesley, mas nada que lembrasse a insatisfação das péssimas atuações do time em seus três primeiros jogos no Brasileiro.

Na prática, além dos três pontos, o Palmeiras ainda teve Valdivia recebendo o terceiro cartão amarelo e sendo suspenso antes de ser desfalque obrigatório para ficar à disposição da seleção chilena. Até Juninho teve a sua chance de entrar sem levar vaias nos últimos minutos.

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