No primeiro ato como candidata, Marina Silva diz que Brasil não precisa de um ‘gerente’

A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, voltou ao Recife uma semana após o funeral do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para realizar o seu primeiro ato de campanha desde que passou a encabeçar a chapa do partido, e criticou a visão de que o Brasil precisa de um “gerente” no comando do executivo. […]

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A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, voltou ao Recife uma semana após o funeral do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para realizar o seu primeiro ato de campanha desde que passou a encabeçar a chapa do partido, e criticou a visão de que o Brasil precisa de um “gerente” no comando do executivo.

“No Brasil, se criou essa história de que é preciso ter um gerente… O Itamar (Franco) não era um gerente, era um homem com visão estratégica. O Fernando Henrique (Cardoso) é um acadêmico, não era um gerente, mas era um homem com visão estratégica. O Lula (Luiz Inácio Lula da Silva), um operário, não era um gerente, mas um homem com visão estratégica”, disse a ex-senadora.

“Quando se tem visão estratégica, se sabe reunir equipes, a gente consegue os melhores gerentes. Quando não se tem, não se consegue gerenciar nem a si mesmo”, acrescentou Marina, que caminhou por quase duas horas ao lado do candidato a vice, Beto Albuquerque, pelas ladeiras de um bairro pobre na Zona Norte do Recife.

Em comício ao final da caminhada, Marina criticou alianças de campanha entre aliados que aparentam juntar “água com óleo”, mas ao ser questionada sobre como pretende garantir a governabilidade, caso eleita, não descartou aliança com membros de nenhum partido.

“Não critico fazer alianças, eu critico fazer as alianças inadequadas. Se nós fizermos um movimento na sociedade brasileira, Marina e Beto, de vitória, pode ter certeza que o PMDB do Pedro Simon não vai nos faltar. O PMDB de Jarbas (Vasconcelos) não vai nos faltar. O PT de (Eduardo) Suplicy não vai nos faltar”, disse a candidata. “E mesmo que estejamos em palanques diferentes. Se não for o Suplicy, for o José Serra (PSDB), eu tenho certeza que ele não vai nos faltar”, acrescentou.

O material de campanha utilizado no ato não continha referência à Marina como candidata à Presidência, enquanto o rosto de Eduardo Campos estava estampado em posteres e adesivos espalhados pelas casas. Um carro de som anunciava “Eduardo presente, Marina presidente” à frente do grupo, que seguiu rodeado por centenas de militantes do PSB e acompanhado por um boneco gigante da candidata.

Marina, que era candidata a vice-presidente, tomou a liderança da chapa do PSB após a morte trágica de Campos no dia 13, em acidente aéreo na cidade de Santos (SP).

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