Nem vermelho, nem azul, embate de Dilma e Aécio será maior em ‘área cinza’

Nem o vermelho do PT e nem o azul do PSDB, o embate dos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) será a “área cinza” formada por 2,9 mil município onde nem situação, nem oposição, dominaram eleitoralmente no primeiro turno. São áreas onde houve uma distribuição mais equilibrada da votação desses dois grupos, ou […]

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Nem o vermelho do PT e nem o azul do PSDB, o embate dos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) será a “área cinza” formada por 2,9 mil município onde nem situação, nem oposição, dominaram eleitoralmente no primeiro turno.

São áreas onde houve uma distribuição mais equilibrada da votação desses dois grupos, ou seja, votações sem um padrão definido para qualquer um dos lados considerando o conjunto desses municípios. No primeiro turno, essa área cinza somou mais 45 milhões de votos. Desse total, 21 milhões foram para Dilma, e 25 milhões para os candidatos de oposição.

Para identificar essas distribuições, o Núcleo de Jornalismo de Dados do GLOBO utilizou uma técnica de estatística espacial, que leva em conta aspectos geográficos para definir o tamanho das áreas de domínio político. A técnica permite saber também quais dessas áreas podem consideradas estatisticamente relevantes para formar as manchas. Nesse caso, a formação das áreas ocorre quando a proporção de votos da situação ou da oposição foi alta num município e também em cidades vizinhas.

Esse tipo de análise permite identificar, portanto, quais são as áreas onde a situação e oposição têm, em tese, maiores chances de ampliar as suas votações por conta do chamado “efeito de vizinhança”. Ou seja, o predomínio de um grupo numa área pode ser fator importante de mobilização dos eleitores em municípios vizinhos.

Na área cinza, tudo indica que Dilma e Aécio terão que suar a camisa para conquistar votos. O candidato do PSDB leva certa vantagem para atrair os demais votos dos eleitores que apostaram na oposição já no primeiro turno, mas a migração total dos votos não é uma garantia.

Isso porque esse efeito pode ocorrer apenas em um município e não se repetir numa cidade vizinha, em que Dilma foi a mais votada. Nesse caso, o apoio à petista pode ajudar a barrar a força do efeito de vizinhança. Outro fator é a distribuição dos votos de Marina Silva (PSB) que não necessariamente podem migrar integralmente para Aécio.

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