Mundo contempla ‘maremoto’ de câncer e custos fogem do controle, diz OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu nesta terça-feira que o mundo corre o risco de enfrentar um “maremoto” de casos de câncer nos próximos anos, e os gastos com o tratamento da doença estão ficando descontrolados em todo o mundo. Segundo o alerta da entidade, feito no Dia Mundial do Câncer, o número de […]
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu nesta terça-feira que o mundo corre o risco de enfrentar um “maremoto” de casos de câncer nos próximos anos, e os gastos com o tratamento da doença estão ficando descontrolados em todo o mundo.
Segundo o alerta da entidade, feito no Dia Mundial do Câncer, o número de casos da doença deve chegar a 24 milhões até 2035, mas metade deles pode ser prevenido. Para tanto, existe uma “necessidade real” de ampliar os esforços preventivos, combatendo tabagismo, a obesidade e o alcoolismo.
No Brasil, um levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde e pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer) no ano passado indica que haverá 576.580 casos diagnosticados apenas neste ano. O relatório prevê que os tipos com maior incidência serão o câncer de pele, de próstata e de mama.
Um estudo divulgado em 2013 no periódico Lancet Oncology, previa um aumento de 38,1% nos casos de câncer no país ao longo desta década, passado de 366 mil casos em 2009 para mais de 500 mil em 2020.
No mundo, estima-se que 14 milhões de pessoas sejam diagnosticadas todos os anos com câncer, segundo a OMS. A previsão é de que esse número aumente para 19 milhões em 2025 e 24 milhões em 2035, com os países emergentes concentrando os novos casos.
Hábitos
Em seu Relatório Mundial do Câncer 2014, a OMS diz que além da combinação de obesidade e sedentarismo, do álcool e do fumo, outros fatores associados ao câncer que poderiam ser prevenidos são:
A radiação (solar e de scanners médicos);
A poluição atmosférica;
Poluição atmosférica e outros fatores ambientais;
Adiar a gravidez para quando as mulheres têm mais idade, ter menos filhos e não amamentar.
Para Chris Wild, diretor da agência internacional da OMS para a pesquisa sobre o câncer, disse que o “fardo global do câncer está se tornando mais pesado e mais evidente, principalmente devido ao envelhecimento e crescimento da população”.
“Se verificarmos o custo de tratamento do câncer, ele está fugindo do controle até em países com renda alta. Prevenção é algo absolutamente crucial e vem sido um tanto negligenciada.”
Brasil
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que 576 mil brasileiros desenvolvam câncer em 2014, o mesmo número esperado para 2015. “O câncer de pele do tipo não melanoma (182 mil casos novos) será o mais incidente, seguido pelos tumores de próstata (69 mil) e mama feminina (57 mil)”, diz a nota.
Os dados mostram, no entanto, uma redução na incidência dos casos novos de cânceres do colo do útero e de pulmão, de acordo com o Inca.
Consultado pela BBC Brasil, o Ministério da Saúde informou que o investimento em assistência a pacientes com câncer cresceu 26% em dois anos.
“O recurso alocado para o diagnóstico e tratamento da doença passou de R$ 1,9 bilhão, em 2010, para R$ 2,4 bilhões, em 2012. Além desses recursos, estão reservados ao setor, para o período de 2011 a 2014, R$ 4,5 bilhões em programa estratégico de prevenção do câncer de colo do útero e de mama, que prevê também o fortalecimento da rede de assistência e diagnóstico precoce”, disse o ministério em nota.
De acordo com o ministério, com o aumento de recursos “foi possível ampliar em 17,3% o número de sessões de radioterapia” e em “14,8% as de quimioterapia”.
Prevenção
Bernard Stewart, um dos editores do relatório da OMS, diz que a prevenção tem “um papel crucial no combate ao maremoto de câncer que estamos vendo surgindo em todo o mundo”.
Ele explicou que o avanço da doença está associado, em muitos casos, aos hábitos das pessoas e citou o exemplo dos australianos que costumam tomar sol nas praias “até que cozinham de forma homogênea em ambos os lados”.
“Em relação ao álcool, por exemplo, nós estamos cientes dos seus graves efeitos, sejam eles acidentes de carro ou agressões. Mas há um problema que não é discutido simplesmente porque não é reconhecido, especialmente envolvendo o câncer.”
“Há coisas que devem estar na pauta de discussões: modificar a disponibilidade do álcool, a rotulagem do álcool, a promoção do álcool e o preço do álcool”, afirmou.
Stewart disse que um argumento similar pode ser apresentado em relação ao açúcar, que impulsiona a obesidade, que por sua vez eleva o risco de tumores.
Notícias mais lidas agora
- Polícia investiga ‘peça-chave’ e Name por calúnia contra delegado durante Omertà
- Ex-superintendente da Cultura teria sido morto após se negar a dar R$ 200 para adolescente
- Suspeito flagrado com Jeep de ex-superintendente nega envolvimento com assassinato
- Ex-superintendente de Cultura é assassinado a pauladas e facadas no São Francisco em Campo Grande
Últimas Notícias
Lula segue internado e fará exames de sangue, diz boletim médico
Alta está prevista para a próxima semana
Banco Central leiloará US$ 3 bilhões na 2ªfeira para segurar o dólar
Dinheiro das reservas será vendido com compromisso de recompra
Carreta tomba em pista molhada e espalha carga de serragem na na BR-163
Acidente aconteceu na manhã deste sábado (14), em Rio Brilhante
Neto tem busto inaugurado no Parque São Jorge e se emociona em homenagem do Corinthians
José Ferreira Neto se emocionou diante do reconhecimento do seu time do coração
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.