Movimentos sociais organizam atos de protesto no final da Copa do Mundo
Em Brasília e no Rio de Janeiro, comitês populares da Copa e a Frente Independente Popular-RJ organizam passeatas e distribuição de panfletos no final de semana. Nas redes sociais, uma corrente identificada por #OLegadoDaCopa e #ATropaDoBrasil convoca manifestações após a final em quatro cidades-sede. Serão os últimos atos de rua durante a Copa do Mundo […]
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Em Brasília e no Rio de Janeiro, comitês populares da Copa e a Frente Independente Popular-RJ organizam passeatas e distribuição de panfletos no final de semana. Nas redes sociais, uma corrente identificada por #OLegadoDaCopa e #ATropaDoBrasil convoca manifestações após a final em quatro cidades-sede. Serão os últimos atos de rua durante a Copa do Mundo da Fifa 2014.
Com a derrota do Brasil, a expectativa é que mais pessoas saiam às ruas. As bandeiras de luta também foram ampliadas, a Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop) protagoniza campanha por um minuto de silêncio no Maracanã pelas vítimas da Faixa de Gaza e pelo fim do genocídio do povo palestino.
O primeiro ato ocorre em Brasília, amanhã (12). A concentração está marcada para as 15h, na rodoviária central, próxima ao Estádio Nacional de Brasília/Mané Garrincha, onde o Brasil joga com a Holanda, às 17h, em disputa pelo terceiro lugar do Mundial.
O ato será pela democratização dos meios de comunicação. “As pessoas viram que não vale tudo pelo futebol. Não se trata apenas de perder, mas aqueles que estavam separando política de futebol viram que é a mesma coisa, e que o futebol está sendo usado para disfarçar, para cometer violações. Assim que acabou a magia, o pessoal acordou”, avalia o integrande do Comitê Popular da Copa no Distrito Federal e da Ancop, Thiago Ávila.
Para ele, a Copa também está encobrindo violações de direitos humanos em Gaza. A Ancop trabalha na tradução de mensagens de apoio aos palestinos em quatro idiomas – das seleções que entrarão em campo neste final de semana. “O Brasil faz uso de equipamentos e contrata consultorias israelenses. De certa forma, estamos financiando o conflito”, diz.
No domingo, a concentração do ato organizado pelo Comitê Popular da Copa será às 10h, na Praça Afonso Pena, na Tijuca, no Rio de Janeiro. A final está marcada para as 16h, no Estádio do Maracanã, entre a Alemanha e a Argentina. Os movimentos vão às ruas desde antes do início da Copa. Entre as reivindicações estão o fim dos despejos e remoções forçadas, a desmilitarização das polícias e democratização dos meios de comunicação.
Também no Rio de Janeiro, a Frente Independente Popular convoca, pelo Facebook, a Grande Manifestação “Fifa go home! Não vai ter final!”, com concentração às 13h, na Praça Saens Peña, também na Tijuca. O ato é contra os gastos públicos com a Copa, as remoções, a opressão de gênero e raça e segregação nos estádios. Junta-se ao ato, na mesma hora e local, a Associação de Defesa da Favela Chapéu Mangueira com o slogan A festa nos estádios não vale as lágrimas nas favelas, contra a opressão histórica nas comunidades faveladas.
Para depois da final no domingo, às 18h, estão sendo convocadas manifestações por redes sociais e mensagens de Whatsapp – aplicativo para smartphones. A proposta é que as pessoas compareçam com a camisa do Brasil e protestem contra a corrupção, manipulação e o sistema. Os locais de concentração estão agendados para a Avenida Paulista, em São Paulo, e no Museu de Arte de São Paulo (Masp); na Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro; na Praça dos Três Poderes, em Brasília; e na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.
“A humilhação não é sermos derrotados no campo de futebol, e sim, sermos derrotados em justiça, em trabalho, em saúde, em educação, em dignidade e em segurança todos os dias”, diz o vídeo que convoca para os atos do dia 13, e acrescenta: “Logo após a final, porque a gente não quer estragar a final de quem mereceu estar lá”.
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