Localizado a 16 quilômetros do centro, na região sudoeste da cidade, o bairro Portal Caiobá é relativamente novo em Campo Grande. A construção de vários conjuntos habitacionais alavancou o surgimento de loteamentos e novas moradias, o que também trouxe o problema da falta de segurança, uma das reclamações dos moradores.

A maioria diz que a Polícia Militar faz rondas apenas uma vez por semana. Quando acontece uma ocorrência a demora no atendimento é grande. São vários os registros de assaltos e arrombamentos a residências e comércio. A maioria das casas que já tem muros também conta com grades nas portas e janelas.

O proprietário de uma conveniência no bairro, Maikon Soares, de 23 anos, afirma que a insegurança é total. “Eu tinha outra loja nas proximidades e como fui assaltado duas vezes, decidi fechar. Agora estou me cercando de garantias, como grades nas portas e janelas, mas não sei se isso será o suficiente”, afirmou.

A diarista Luiza Souza, de 53 anos, testemunhou que duas vizinhas suas tiveram a casa arrombada, e quando a polícia foi chamada demorou muito para chegar e não adiantou muita coisa. “Aqui a gente não vê a polícia. Seria necessário que passassem mais vezes, porque com isso afugentaria os bandidos”, declarou. Na região existem casos de pessoas que cancelaram viagens para não deixar a casa sozinha, à mercê dos ladrões.

Outra reclamação dos moradores é que existem muitas casas abandonadas. “O pessoal faz inscrição, é sorteado, mas não aparece para tomar conta de sua casa. Quando não acontece invasão, o imóvel é utilizado para abrigar drogados ou até mesmo os bandidos que ficam esperando o momento para arrombar outras casas”, afirmou Maria Aparecida Santos, de 35 anos, que mora no bairro há oito meses.

Nas ruas do conjunto não há placas de identificação e desta forma fica difícil para os moradores acionarem táxi e mototáxi. “Até mesmo as correspondências nós temos dificuldades para receber. As ruas têm nomes, mas ninguém sabe onde ficam”, protestou uma moradora.

Os mutuários do residencial João Alberto Amorim também reclamam da falta de escolas nos bairros próximos, pois como o conjunto é novo, não houve tempo para matricular as crianças nas escolas próximas.

Michele Amâncio Ferriol, de 30 anos, tem três filhos. A menor fica em casa por não ter vaga na creche. Os outros dois, de 6 e 9 anos, estudam em uma escola pública no bairro Guanandi. “Todo dia vou buscá-los na porta da escola e levo 40 minutos para ir e 40 minutos para voltar. O bairro é bem servido de ônibus, o problema é que a escola fica longe mesmo. É muito sacrificante”, desabafou.