Com direito a bolo, refrigerante e música de parabéns, moradores da região Jardim Botafogo ‘comemoraram’ nesta sexta-feira (13) o primeiro ano de instalação da placa da obra de pavimentação e drenagem no corredor na linha de ônibus do bairro. Isso mesmo: um ano atrás, a Prefeitura instalou a publicidade do empreendimento que, inclusive, foi anunciado em 2012, mas até agora não saiu do papel.

Segundo organizadores, o protesto foi um ato simbólico, já que no dia 17 de junho do ano passado a Prefeitura, então administrada por Alcides Bernal (PP), instalou a placa indicando a realização da obra, com prazo de 120 dias para o término. Um ano depois, os sete quarteirões que deveriam ser asfaltadas ainda não foram pavimentados.

A obra é uma herança de antigos gestores da Capital. Em 2012, durante a administração do então prefeito – atual pré-candidato ao governo do Estado – Nelsinho Trad (PMDB), foi anunciado investimento federal de R$ 3,8 milhões, verba vinda do Ministério das Cidades, para a execução de quase sete quilômetros de asfalto, que beneficiaria os bairros Vila Vilma, Atlântico Sul, Jardim Tatiana e o corredor do transporte coletivo do Jardim Botafogo. Na época, a expectativa é que as obras seriam iniciadas em, no máximo, 45 dias.

O custo para a pavimentação da linha de ônibus totalizou R$ 1.389.322,92, sendo R$ 1.330.750,00 viabilizados no Ministério das Cidades, por meio de emenda parlamentar do deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM), e complementação de R$ 55.572,92 da Prefeitura.

A obra prevê 16,6 metros quadrados de pavimentação, abrangendo as ruas Paraúna, 13 de Novembro, Canabras, Mirai, Rodrigo Moura, Iraque, Pompei Ferreira, Junes Salaminy, Kilda Monteiro, Francisco dos Anjos e Divino Fonseca.

Em 2012, pavimentar todas as linhas de ônibus de Campo Grande era anunciado como meta da gestão de Nelsinho Trad. O objetivo era cumpri-la até dezembro daquele ano.

Saiu Nelsinho e entrou Bernal, que em junho do ano passado afixou a placa, com sua logomarca e slogan, anunciando o lançamento da obra e o prazo de conclusão: 120 dias.

Segundo organizadores do protesto, 50% dos recursos federais foram repassados no dia 19 de fevereiro do ano passado. Nenhum metro de asfalto foi feito até agora. 

O servidor público Márcio de Aquino, morador da região, afirmou que a comunidade busca resposta não Executivo Municipal sobre o atraso da obra há um ano. Segundo ele, a justificativa é que falta a liberação de outros recursos para desapropriar algumas chácaras onde o sistema de drenagem deve passar. “A Prefeitura diz que esse valor seria liberado pela Caixa Econômica Federal”, diz.

“Nós queremos que a obra saia do papel”, afirma Ariovaldo Ribeiro, presidente da Associação do Bairro Porto Galo. “Todo mês, vamos pelo menos duas vezes por semana (até a Prefeitura) e ninguém sabe dizer o porque que a obra está parada. Alguns engenheiros falam que não estão a par da situação”, observa o líder comunitário.

“A obra já era para ter sido concluída, os recursos já foram liberados”, afirma Gilson dos Santos Menezes, agente de saúde. O Midiamax tentou contato com o titular da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação), Semy Ferraz, mas o telefone celular estava desligado.