Bairros na região oeste de Campo Grande estão tomados por pichações que desafiam a polícia e a população. Quem pinta os muros pichados vira alvo de represálias com mais ataques e ameaças.

As pichações que se espalham por Campo Grande atormentam moradores de todos os bairros. Em um passeio por qualquer região, é possível ver símbolos, desenhos e até frases desafiando os moradores que cobrem as pichações.

Na Vila Palmira, no Grande Santo Amaro, região oeste de Campo Grande, um morador vem travando uma verdadeira guerra com o pichador. O muro da residência foi pichado com a frase: “eu pixo vc pinta vamo ver quem tem + tinta!!!” (sic).

O morador cobriu a frase pichada, mas o muro não ficou limpo por muito tempo, e voltou a ser pichado, dessa vez, com ofensa aos moradores. “axa q esqueci safado” (sic), com referência à pichação antiga.

O ato de pichação é enquadrado na Lei de Crimes Ambientais (lei 9605/98). O artigo 65 estabelece detenção de três meses a um ano de prisão e multa. Para os casos de monumentos tombados por seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena mínima é de seis meses.

Desde o início do ano, as pichações viraram caso de polícia em Campo Grande, mas não houve muito avanço. Além de situações isoladas de flagrante, atos organizados, como os ataques a prédios públicos e monumentos, continuam impunes.

O delegado Antônio Silvano Mota, da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Proteção ao Turista (Decat), que cuida do caso, diz que as investigações estão caminhando e a maior pista é a forma como os pichadores agem.