Morador de casa afetada por avião: “os vivos também precisam de ajuda”

Filho de uma moradora que teve a casa destruída pelo acidente aéreo que vitimou sete pessoas em Santos, entre elas Eduardo Campos, candidato à Presidência pelo PSB, o comerciante Fabrício Rodrigues Simões reclama da falta de assistência, por parte da defesa civil, às famílias que foram impactadas: “tem vivos que ainda precisam de ajuda”. A […]

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Filho de uma moradora que teve a casa destruída pelo acidente aéreo que vitimou sete pessoas em Santos, entre elas Eduardo Campos, candidato à Presidência pelo PSB, o comerciante Fabrício Rodrigues Simões reclama da falta de assistência, por parte da defesa civil, às famílias que foram impactadas: “tem vivos que ainda precisam de ajuda”.

A tia de Simões estava em seu quarto no momento em que a casa foi atingida pelo avião. Ele conta que uma parte da asa do avião parou a três metros de distância de onde ela estava. “Tá tudo interditado. Quatro dos 12 apartamentos do meu prédio não têm condições habitacionais”, relatou o comerciante.

Ao todo, 13 casas foram interditadas pela defesa civil para varredura dos restos mortais e partes do avião. Dessas, pelo menos três serão interditadas por danos estruturais. Nesta noite, 50 pessoas tiveram que deixar suas moradias e dormir na casa de parentes e amigos.

Simões conta que está preocupado com alguns vizinhos que têm dificuldades em achar alguém próximo que os acolha. “Minha família é unida, temos condições de deslocamento, mas tem vivos que ainda precisam de ajuda. A Defesa civil me falou que se fossemos pobres, nos levariam para um abrigo e nada mais. E a assistência? quem sabe não precisaríamos até de um psicólogo”, desabafou.

Para o comerciante, a defesa civil negligencia o atendimento aos moradores também em razão de Eduardo Campos ser uma das vítimas da tragédia. “Quem não tem ajuda, família, se deu muito mal nessa história. Sei que envolve pessoas de alta importância, mas as de menor também precisam de atenção”.

Procurado pela reportagem do Terra, o coordenador municipal da Defesa Civil de Santos, Daniel Onias, afirmou que “se trata de um trabalho complexo, é difícil agradar a todos nesse momento. Mas disponibilizamos a ouvidoria da prefeitura (de Santos) e toda assistência psicológica”.

O prefeito de Santos Paulo Alexandre Barbosa afirmou que a administração aguarda o laudo sobre a segurança das edificações, para determinar o quando as pessoas podem voltar para casa. Das 13 edificações afetadas, nove devem voltar a ser ocupadas ainda hoje.

“Nossa prioridade agora será o atendimento as famílias, estamos avaliando, logicamente, a infraestrutura dos prédios, mas ainda aguardamos o laudo para saber se houve algum dano maior. Sendo concluído o laudo, faremos a limpeza e daremos respaldo a todos os cerca de 50 desabrigados com ouvidoria e assistência social. Mas só vamos liberar o local quando houver 100% de certeza de não haver perigo. Os moradores estão ansiosos, mas pedimos compreensão com a segurança, ainda hoje eles voltarão as suas casas”, disse o prefeito.

Sobre os moradores dos três imóveis que tiveram as estruturas muito afetadas pelo impacto da aeronave, o prefeito afirmou que “mais uma vez daremos respaldo com a nossa ouvidoria, e a prefeitura disponibilizará tudo que pedirem e necessitarem”, afirmou Barbosa.

Ele diz que a prefeitura trabalhará com duas vertentes inciais auxílio moradia, para queles que quiserem alugar um imóvel, ou a disponibilização de abrigos.

Impacto

Aldo Galiano, diretor geral da Polícia Civil na Baixada, foi ao local do acidente e explicou que a força gravitacional do impacto foi de 20g, realmente forte. Em comparação, a partir de 8g um corpo já é dilacerado.

Ele informou ainda que a investigação será feita pela Aeronáutica. Segundo Galiano, em até três dias os corpos devem ser identificados por meio dos DNAs, caso haja colaboração dos familiares.

Já o secretário estadual de juventude do PSB-SP, David Ramalho, disse que organizará uma homenagem com 50 militantes do partido, às 13h, no local do acidente. Será feita uma oração, os presentes cantarão o hino nacional e deixarão flores.

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