Mobilidade: Ônibus não ‘cabem’ em faixa exclusiva no centro de Campo Grande
As faixas exclusivas para ônibus, anunciadas como forma de melhorar o trânsito na região central de Campo Grande e dar agilidade ao transporte coletivo, confundem e irritam motoristas. Anunciados no passado como novidade em projetos de mobilidade urbana, os corredores têm menos de um metro e meio em alguns trechos e são considerados ‘obra pra […]
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As faixas exclusivas para ônibus, anunciadas como forma de melhorar o trânsito na região central de Campo Grande e dar agilidade ao transporte coletivo, confundem e irritam motoristas. Anunciados no passado como novidade em projetos de mobilidade urbana, os corredores têm menos de um metro e meio em alguns trechos e são considerados ‘obra pra inglês ver’.
“Parece mais uma piada. Pintaram essa faixa azul que deveria ser para caber um ônibus, mas não cabe nem uma bicicleta direito aí. A faixa exclusiva de ônibus é mais estreita que a ciclovia ali no canteiro central”, estranha um taxista. Ele se refere ao trecho da avenida Afonso Pena entre as ruas Calógeras e 14 de Julho, um dos mais tumultuados no centro da Capital.
Com o tamanho reduzido, ônibus e automóveis acabam fazendo o que a faixa deveria evitar: disputam espaço em faixas incompletas.
“Estão querendo colocar Campo Grande dentro de Terenos. Tem que dar problema. Essa avenida dessa largura é pra três pistas de rolagem no máximo. Aqui espremeram a gente e o povo vive buzinando achando que invadimos a outra faixa por gosto”, reclama um motorista que há 15 anos dirige no transporte coletivo e passa pelo trecho mais de 10 vezes por dia.
O fato de o ônibus não caber entre a faixa demarcada e o ponto de ônibus chama a atenção também dos usuários do transporte coletivo. Para o mecânico José Márcio Astolphi de 32 anos, esta situação é mais um dos indícios que o sistema urbano de Campo Grande não acompanhou o crescimento da Capital. Para ele, a falta de um projeto urbano mais eficaz faz com que esse tipo de fato aconteça.
“O planejamento do sistema urbano não acompanha o crescimento da cidade. É óbvio que algumas faixas exclusivas não dão a metade de um ônibus. Se alguém for seguir a faixa vai acabar colidindo contra o veículo”, afirma José Márcio.
Já para o vendedor Renato Góes de 44 anos, ao ser questionado sobre as faixas com o tamanho inerente ao de um ônibus de transporte coletivo, disse que isso é apenas mais uma amostra do descaso com o dinheiro público.
“Daqui a um mês vão repintar essas faixas e mais dinheiro público vai ser gasto de maneira inútil. É óbvio que o tamanho dessas faixas não condiz com o tamanho de um ônibus que encosta para pegar os passageiros, chegar a ser engraçado, para não dizer revoltante. Fora que em cada canto da cidade essas faixas têm um tamanho diferente”, diz Góes.
“Isso ainda vai causar acidente, porque o ônibus tem que andar com metade nessa faixa que nem deveria existir. Aqui não cabe a quantia de carros que eles querem enfiar com essa faixa ilusória”, analisa Rogério Pereira, 38 anos, que passa pelo local todos os dias com um automóvel pequeno.
A prefeitura não se manifestou até o momento sobre o motivo para as faixas minúsculas terem sido pintadas.
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