A miss 2004 e atriz Monica Spear e seu ex-marido Thomas Berry, que foram assassinados na Venezuela durante um assalto em um crime que chocou o país, estavam planejando retomar o relacionamento pelo bem da filha de cinco anos, segundo fontes ouvidas pelo jornal britânico “Daily Mail”.

Amigos contaram que o casal manteve uma boa relação após o divórcio, há dois anos, e cada vez passava mais tempo junto. Monica e Thomas viajavam por uma estrada, na noite de segunda-feira (6), quando bateram o carro em um objeto colocado propositalmente em uma estrada entre Puerto Cabello e Valencia, a terceira maior cidade do país.

Segundo a reconstituição do crime, o automóvel da atriz caiu em uma emboscada. Quando os criminosos se aproximaram, Mónica e o marido tentaram se trancar no veículo e foram mortos a tiros.

Maya, filha de cinco anos da ex-miss, ficou ferida. Seu quadro é estável até o momento. Segundo parentes, ela ainda não sabe que os pais morreram.

“Muitas pessoas na família queriam vê-los de novo juntos. Eles eram um casal perfeito. Mesmo separados, continuavam próximos”, contou Jossie Marquez, prima de Monica. “Thomas era um pai fantástico e sempre esteve presente na vida de Maya. Toda a família o amava.”

O ministro da Justiça venezuelano, Miguel Rodríguez, informou nesta quinta-feira (9) que foram presos os “autores materiais” do assassinato do casal.

“Entre os detidos, se encontram os autores materiais do duplo homicídio de Mónica Spear e Thomas Henry”, escreveu Rodríguez em seu , sem dar maiores detalhes.

Na noite de quarta-feira (8), o Ministério Público informou a captura de sete suspeitos ligados ao crime, com os quais foram encontrados objetos das vítimas.

O presidente Nicolás Maduro propôs na quarta-feira um plano contra a criminalidade e de pacificação da Venezuela, ao criar uma comissão integrada por governadores e prefeitos das regiões mais violentas do país.

“Deixo instalada oficialmente esta equipe de trabalho que começa no dia de hoje e que se estenderá durante um mês, e aspiro que em um mês tenhamos um plano conjunto e uma lei de pacificação nacional”, declarou Maduro no Palácio de Miraflores, onde se reuniu com vários dirigentes da oposição, incluindo o líder Henrique Capriles, governador do estado de Miranda.

Maduro chamou os prefeitos dos 79 municípios mais violentos do país – que concentram 80% dos crimes.

“Ninguém pode cruzar os braços diante do assassinato, da violência, do massacre contra esta jovem venezuelana e seu esposo. Isto é uma bofetada para todos, todos têm que assumir a responsabilidade, e eu assumo a minha”, declarou Maduro, que convocou a oposição a superar as divergências políticas para atuar com o governo contra a violência.