A representação do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) contra a produtora Porta dos Fundos, pedindo indenização de R$1 milhão por causa da esquete “Especial de Natal” do grupo, foi aceita pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.

A foi acatada pelo procurador de Justiça Marco Antonio Zanellato, que irá instaurar uma investigação envolvendo os atores do vídeo, entre eles Fábio Porchat, Gregorio Duvivier e Clarice Falcão. Segundo o parlamentar, se concedida pela Justiça, a indenização será destinada a Santas Casas de Misericórdia.

Na representação, Feliciano afirma que a esquete possui “conteúdo altamente pejorativo, utilizando-se inclusive de palavras obscenas, e de forma infame atacou os dogmas cristãos e a fé de milhares de brasileiros que comungam deles, ferindo dialeticamente o fundamente à liberdade religiosa”.

O vídeo, publicado no no YouTube, no dia 23 de dezembro, os humoristas fazem uma paródia da trajetória de Jesus Cristo, desde o nascimento até a crucificação. A sátira vem despertando a ira de grupos cristãos.

No Rio, a Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família, de Brasília, protocolou no Ministério Público Estadual uma representação criminal contra o grupo. Em Pernambuco, o Ministério Público também foi acionado contra o “Especial de Natal”, pelo deputado federal Anderson Ferreira (PR), que afirma que a atração ridiculariza a crença do povo cristão.

Marco Feliciano Feliciano também enviou uma carta à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) pedindo que a entidade reveja o patrocínio ao grupo. Na internet, também há uma petição on-line exigindo que a marca de cerveja Itaipava deixe de patrocinar os vídeos do site e “de apoiar o ataque ao Cristianismo”.

Segundo o Porta dos Fundos, todos os integrantes do grupo são favoráveis à liberdade de expressão, comportamento e crença. “De maneira nenhuma temos o objetivo de desrespeitar a fé, nem ninguém de nenhuma religião. Temos muito cuidado ao fazer nosso trabalho e também temos nossas responsabilidades”, diz por telefone ao UOL o humorista João Vicente de Castro. “Não recebemos nenhuma notificação. Estamos esperando.”