Um grupo militante islâmico advertiu turistas de que devem deixar o Egito, do contrário atacarão qualquer pessoa que permanecer no país depois de 20 de fevereiro, o que eleva a perspectiva de uma nova frente em uma insurgência que cresce rapidamente na maior nação do mundo árabe.

O grupo Ansar Bayt al-Maqdis, cuja base de operações é a península do Sinai, assumiu a responsabilidade pela morte de dois turistas sul-coreanos e um egípcio no domingo e fez a advertência de ataques pela conta de uma organização afiliada no Twitter.

“Nós recomendamos aos turistas que saiam com segurança antes do término do prazo final”, diz a mensagem, escrita em inglês, e que o primeiro-ministro egípcio disse nesta terça-feira ter como objetivo minar o processo político iniciado depois que os militares tomaram o poder, em julho.

O Ansar Bayt al-Maqdis disse que não publica comunicados em sites da mídia social, mas no passado textos que apareceram na conta do Twitter foram postados depois em websites jihadistas que o grupo diz usar.

Militantes islamistas mataram centenas de policiais e soldados desde que o Exército depôs o presidente islamista Mohamed Mursi há sete meses, mas o atentado de domingo contra um ônibus turístico marca uma mudança tática em direção a alvos civis, que poderá devastar uma economia já prejudicada pela instabilidade política.

Segundo a TV estatal, o primeiro-ministro Hazem el-Beblawi disse que o Ansar é uma ameaça aos turistas. Seu objetivo, afirmou ele, é inviabilizar o plano de eleições anunciado pelo Exército quando a derrubada de Mursi provocou a crise interna mais sangrenta da moderna história do Egito.

O Ansar disse estar por trás do atentado suicida perto da estância de Taba, o qual reviveu as lembranças de uma insurgência islamista na década de 1990, incluindo um ataque sangrento em Luxor que deixou 58 turistas estrangeiros e quatro egípcios mortos no templo de um faraó.

TURISTAS

Na segunda-feira, o Ministério de Relações Exteriores da Alemanha aconselhou os viajantes a terem cautela em se tratando do Egito. O governo alemão desencorajou especificamente viagens para o delta do Nilo, fora dos centros urbanos do Cairo e Alexandria e ao vale do Nilo, ao sul do Cairo e a norte de Luxor.

Os aliados ocidentais do Egito esperavam que o levante que derrubou o líder Hosni Mubarak, em 2011, trouxessem estabilidade política e econômica para um país central no mundo árabe.

Em vez disso, o país mergulhou na turbulência. O país tem 85 milhões de habitantes, mantém um estratégico acordo de paz com Israel e controla o Canal de Suez, uma rota vital de navegação.