Milhares de pessoas se manifestaram neste domingo em Santiago pelo direito de cultivar maconha para consumo próprio e reivindicar uma nova política de drogas no Chile.

Sob o lema “Cultive seus direitos” e convocados pela organização Movimental, milhares de pessoas se manifestaram de forma pacífica por algumas das principais ruas da capital chilena para defender a descriminalização do consumo da maconha, o direito ao cultivo e ao uso terapêutico da erva, seguindo o exemplo do Uruguai.

O Uruguai introduziu recentemente uma legislação que prevê produção e comercialização da maconha controladas pelo Estado, em uma iniciativa acompanhada de perto por muitos países da região. A ideia da marcha é “gerar uma pressão para iniciar um debate democrático sobre a geração de uma política de drogas justa e eficaz e que nasça a partir do debate público”, afirmou o coordenador da Movimental, Nicolás Espinoza, em declarações à emissora local Cooperativa.

Os participantes pediram, ainda, a revisão da lei chilena que criminaliza o consumo de maconha e uma política de drogas atualizada. “A lei 20.000 (sobre drogas) está obsoleta, já que não tem perspectiva sanitária, de segurança pública, nem de direitos humanos, além de criminalizar o consumidor”, explicou o senador socialista Fulvio Rossi, presente na marcha.

Participaram, também, outros parlamentares como a deputada do Partido Comunista Camila Vallejo, que ficou conhecida pelo engajamento no movimento estudantil. Reivindicaram, ainda, o uso medicinal da substância, seguindo a iniciativa proposta recentemente pelo prefeito da comuna La Florida, em Santiago, Rodolfo Carter. Na semana passada, Carter pediu permissão às autoridades agrícolas para cultivar maconha em terrenos municipais com fins terapêuticos, uma iniciativa inédita no país, da qual poderiam se beneficiar doentes